Cristian se mostrou surpreso com as consequências de sua provocação à torcida do São Paulo no clássico do último domingo, pelo Campeonato Paulista. Após cruzar os braços e fazer gestos obscenos para comemorar o gol da vitória do Corinthians, o volante foi ameaçado de suspensão pelo Tribunal de Justiça Desportiva paulista e de prisão pelo Ministério Público.
O jogador foi indiciado no artigo 40 (provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso) da Lei de Contravenções penais, cuja pena varia de 15 dias a seis meses de detenção. Uma eventual punição pode ser revertida em multa ou ações comunitárias.
"Existem outras coisas para serem resolvidas e que merecem processos no nosso Brasil. É inacreditável", lamentou Cristian na noite de quarta-feira, durante a vitória do Corinthians sobre o Misto-MS, pela Copa do Brasil. "É algo muito chato, pois estão envolvendo o meu nome com prisão. A minha família vê isso", complementou.
O técnico Mano Menezes também reclamou da atitude do Ministério Público. "Não tenham dúvidas de que está havendo exagero, como sempre acontece no Brasil. Há gente que não consegue resolver outros problemas fora do campo e vem se preocupar com os jogadores", protestou.
Cristian foi outro a cogitar a hipótese de que o episódio serve de destaque para autoridades. "Pode ser. Em se tratando do Corinthians, um time de grande mídia, algumas pessoas devem estar querendo se precipitar", rebateu.
Embora aparentemente preocupado com a repercussão do caso, o volante tentou minimizar: "O Corinthians tem gente competente para resolver isso. Fico tranquilo, pois o clube conta com bons advogados".
Mano Menezes, por sua vez, já expôs argumentos para a absolvição de Cristian. "Vamos tratar o que aconteceu como um equívoco. Ninguém viu absolutamente nada no estádio. Só quem assistiu à imagem da televisão achou grosseiro. Do jeito que foi mostrado, parece que o Cristian está se dirigindo para a torcida do São Paulo, mas ele nem saiu da área", defendeu o técnico.