Num jogo emocionante, conturbado e marcado por erros do árbitro Wallace Nascimento Valente (ES) contra as duas equipes, Guaratinguetá e Atlético-MG empataram por 2 x 2 na noite desta quarta-feira, no interior de São Paulo.
O resultado não é ruim para o Galo, mas interrompe a sequência que já era de dez vitórias consecutivas. Rebaixado no Campeonato Paulista, o Guará tem que vencer ou empatar por 3 x 3 ou mais gols na próxima partida para avançar. Em princípio, o jogo de volta está marcado para o Mineirão na quinta-feira da próxima semana, dia 23 de abril.
O time da casa partiu logo para o ataque, tentando fazer o gol rapidamente. Aos dois minutos, Juninho foi obrigado a fazer boa defesa, depois que um cruzamento da direita foi desviado em direção ao gol. Aos três, o goleiro atleticano não conseguiu salvar. Guaru bateu forte da intermediária, queimando a grama, e a bola morreu no fundo das redes.
O gol logo de cara determinou como seria o restante do primeiro tempo. O Guaratinguetá passou a jogar de forma bem mais conservadora. A equipe paulista mostrou bom poder de marcação. Enquanto o Galo tinha dificuldade para encontrar espaços e errava muitos passes, o time da casa apostava nos contra-ataques.
Os chutes de longe também eram uma arma importante do Guará. Magal e Guaru eram os jogadores que batiam a gol com mais perigo, preocupando Juninho. Em duas oportunidades, o goleiro atleticano mostrou dificuldade para defender os fortes remates.
No fim do primeiro tempo, Diego Tardelli foi lançado, invadiu a área, tentou cortar o goleiro Fernando e caiu. O árbitro Wallace Nascimento Valente marcou pênalti, que não houve. O próprio Diego Tardelli cobrou com calma, no canto, empatando a partida.
O lance causou revolta no Guaratinguetá. Os jogadores reclamaram efusivamente e o zagueiro Nino chegou a receber o cartão amarelo. No intervalo, o presidente Carlos Arini desceu até o gramado bastante exaltado para reclamar pessoalmente. O árbitro foi protegido por policiais militares, e o dirigente controlado com a ajuda do quarto árbitro e de alguns jogadores.
Sem a vantagem, o time da casa foi obrigado a sair para o jogo mais uma vez, tornando a partida mais franca. O Guará mostrou que sabe jogar e continuou assustando. Aos cinco minutos, Dedimar, em cobrança de falta, acertou a rede pelo lado de fora.
O time paulista era melhor em campo e seguia criando oportunidades. Em boa jogada de Magal, Wellington Amorim recebeu em impedimento - não marcado - entrou na área e bateu na saída de Juninho. A bola desviou em Marcos, encobriu o goleiro e tocou na trave, aos nove minutos.
A pressão continuava. Aos 15, Gil chutou de fora da área e o goleiro Juninho rebateu. Nenê chegou antes da defesa atleticana e finalizou de dentro da pequena área, mas conseguiu errar a baliza.
O castigo veio dois minutos depois. Júnior lançou Diego Tardelli, que dominou entre dois zagueiros. O centroavante avançou, passou pelos dois e também pelo goleiro. Com o gol aberto, ele apenas rolou para virar o placar em favor do Atlético.
O gol freou o ânimo do Guaratinguetá, que, além de perder a partida, tinha o problema agravado pelos dois gols sofridos em sua casa que complicariam ainda mais a tarefa para o jogo de volta, em Belo Horizonte. Para os jogadores do Galo, o objetivo passava a ser vencer por dois gols de diferença, justamente para evitar a segunda partida.
Contudo, uma nova intervenção infeliz do árbitro mudaria o jogo novamente. O goleiro Juninho demorou a cobrar o tiro de meta e recebeu o cartão amarelo. Ele então se preparou novamente para o chute e o árbitro, com inexplicável impaciência, o expulsou de campo. O técnico Emerson Leão colocou o reserva Édson no lugar de Lopes, recuando o time aos 28 minutos.
Convidado para o ataque, o Guará deu sinais de vida, colocou mais atacantes em campo e partiu para a pressão. Após cruzamento da direita, Márcio Araújo, do Atlético, errou o domínio e a bola subiu, tocando em seu braço. O árbitro marcou pênalti e Nenê cobrou no meio do gol, empatando o jogo aos 32 minutos.
O jogo virou uma atividade de ataque contra defesa, com a pressão do time da casa. O goleiro Édson mostrava dificuldade com as bolas cruzadas na área. Na primeira delas, ele saiu mal e soltou a bola na direção da meia lua, completamente deslocado. Nenê tentou por cobertura e Carlos Alberto, em cima da linha, evitou o gol.
A partida reservava emoções até os acréscimos. O Guará teve chance no jogo aéreo, mas Édson conseguiu defender no reflexo a cabeçada. No último contra-ataque, o Galo levou perigo com Carlos Alberto, chutando de fora da área para boa defesa de Fernando.