Considerado um 'homem de suprema arrogância' pelo advogado da Ferrari, Nigel Tozzi, Ross Brawn celebrou de forma contida a liberalização do polêmico difusor usado por sua equipe. Dizendo que respeita o protesto das rivais, o britânico, porém, assegurou que sua consciência está tranquila, mesmo porque indicou a todas as concorrentes da Fórmula 1 que havia uma brecha no regulamento ainda em março de 2008.
Principal beneficiado junto a Williams e Toyota pela decisão da Corte de Apelações da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) divulgada nesta quarta-feira, Brawn reiterou à revista londrina Autosport que considera que seu difusor 'de dois andares' esteja dentro da regra. Ele revelou ainda que já previa problemas nesse sentido e por isso sugeriu no ano passado que o regulamento fosse mais 'fechado', proposta que acabou rejeitada.
"Em março de 2008 isso foi oferecido. Embora eu seja franco, não disse que 'veja, nós vamos fazer esse difusor se vocês não aceitarem essa regra' porque não vou contar às pessoas o que estamos fazendo. Contudo, expliquei que eu sentia a necessidade de haver regras diferentes para simplificar".
Desse modo, a conclusão a que chega Brawn não é outra: "Eu propus isso a eles e eles rejeitaram, então minha consciência está muito tranquila. Essas regras que eu coloquei na mesa poderiam ter evitado um monte de coisas - a discussão sobre o difusor, sobre o aerofólio dianteiro... teria deixado os carros limpos".
Sobre o anúncio da FIA, o chefe do time de Brackley soltou um comunicado em que afirmou não ter ressentimentos contra os representantes de Ferrari, Renault, BMW e Red Bull, que tentavam barrar o acessório da parte traseira dos veículos ingleses. "Estamos satisfeitos com a decisão e respeitamos o direito dos rivais de requerer que os órgãos avaliem o design ou conceito que utilizamos nos carros".