Monopolizador da temporada de saibro do tênis masculino desde 2005, Rafael Nadal pela primeira vez na carreira está chegando a esta época do ano como o número um do mundo. Mesmo assim, o espanhol garante: em função dos bons resultados colecionados na quadra dura, está mais calmo que antes para defender 4.610 pontos na lista de entradas até Roland Garros.
Conforme admite o próprio Nadal, a situação em que ele chega ao saibro em 2009 é bem diferente à de 2008, quando só foi conquistar o primeiro título do ano justamente em Montecarlo, Masters Series que começou no último domingo. Na época, o espanhol tinha sua condição de número dois do mundo ameaçada por Novak Djokovic, antes de embalar na terra batida e rumar à ponta do ranking após Wimbledon.
"Comecei o ano da melhor maneira possível, e isso me dá mais calma que nos anos anteriores", disse o maiorquino, comentando ainda o funcionamento da lista da ATP em sua cabeça. "No fim, é um erro ficar pensando que você tem de repetir o mesmo que fez nos últimos quatro anos".
Tetracampeão em Montecarlo, Roland Garros e do Torneio '500' de Barcelona, Nadal terá de conquistar os mesmos resultados até o início de junho se quiser permanecer com folga na liderança do ranking. No ano passado, ele faturou ainda o Masters de Hamburgo, que acabou substituído pelo de Madri, e só deve ter folga, portanto, em Roma, onde se despediu logo na estreia na última temporada.
No total, tantos bons resultados fazem o espanhol ter 4.610 pontos para defender no saibro, contra 3.400 de Roger Federer e 2.800 de Novak Djokovic. Quem pode se beneficiar com essa briga é Andy Murray, que marcou apenas 520 pontos nessa superfície em 2008 e tem tudo para ultrapassar o sérvio na ATP já em Mônaco.
Se garante que não se pressiona pelo passado vencedor no piso lento, o número um se preocupa, sim, com seu primeiro adversário em Montecarlo, Juan Ignacio Chela. "Chela é um bom jogador nessa quadra. Tenho de jogar um bom tênis caso queira ter chances de vitória. Vou tentar atuar agressivamente, mas sem cometer muitos erros, porque ele não vai me dar pontos de graça", disse o favorito, que bateu o argentino em quatro dos cinco confrontos já realizados.