Jornal Correio Braziliense

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Brasil encara Equador em busca da vaga à Copa do Mundo

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Guayaquil (Equador) ; O Brasil brilhou no último jogo de 2008 e conseguiu uma goleada histórica sobre Portugal por 6 x 2, em amistoso no Distrito Federal, na reinauguração do Bezerrão. No mês passado, teve grande atuação e não deu chance à Itália, em Londres: 2 x 0. Levando-se em conta os dois últimos resultados, é de se esperar vitória tranquila, hoje, às 18h, contra o Equador, em Quito, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010. Os canais Globo, Bandeirantes, SporTV (Net e Sky) e ESPN Brasil (Net, Sky, MaisTV e DirecTV) anunciam a transmissão do jogo. Seria o mais lógico, não fossem dois empates inesperados contra as fraquíssimas equipes de Bolívia e Colômbia, no Rio de Janeiro, em setembro e outubro do ano passado. O que ocorre com a Seleção Brasileira, que arrasa rivais fortes e tradicionais e tropeça em adversários inexpressivos? É esse o principal desafio do time comandado por Dunga nesta rodada dupla, que, depois do Equador, põe o Brasil diante do Peru na próxima quarta-feira, em Porto Alegre. ;As seleções da Europa abrem mais o jogo e dão mais espaço;, comentou Elano, buscando explicação para os altos e baixos da equipe. ;Quando jogamos contra alguns times (de menos expressão), principalmente em casa, eles se fecham demais e dificultam nosso trabalho.; O principal objetivo de Dunga é conseguir superar o bloqueio defensivo de equatorianos e peruanos, que certamente vão jogar atrás. A aposta está no bom momento de Luís Fabiano, o melhor no coletivo da última quinta-feira, e na segurança de Julio Cesar, goleiro que atingiu o auge da carreira. ;O Equador vai marcar forte e temos de criar opções para sair dessa marcação;, analisou o treinador. Duas vitórias deixarão o Brasil, hoje com 17 pontos em 10 jogos disputados, perto de uma vaga na Copa da África do Sul e muito mais tranquilo para as seis partidas que restarão até o fim das Eliminatórias. Mesmo esboçando um time ofensivo, Dunga não vai deixar de tomar cuidados defensivos, como faz desde que assumiu a seleção, em 2006. Dois jogadores terão a função de marcar forte no meio-campo: Gilberto Silva, seu homem de confiança, e Felipe Melo, que agradou contra a Itália e garantiu lugar entre os titulares. ;Sabemos que não será fácil porque, além de enfrentar um Equador diante de sua torcida e precisando da vitória, ainda teremos a altitude contra nós;, destacou Felipe Melo. Como de costume, os 2.850 metros de Quito são frequentemente lembrados pelos atletas. Para minimizar seus efeitos, a comissão técnica decidiu passar a noite de sexta e o sábado em Guayaquil, ao nível do mar. A delegação embarca para a capital equatoriana apenas na manhã de hoje. O confronto, que parecia tranquilo, ganhou tempero picante com as declarações de Sixto Vizuete. O técnico equatoriano ousou dizer que sua seleção tem mais conjunto que a brasileira e irritou os pentacampeões do mundo. Kaká, recuperado de lesão no pé esquerdo, mas ainda sem condições físicas ideais, nem seguiu com a delegação para o Equador. Com isso, Ronaldinho Gaúcho, em má fase, tem nova chance entre os titulares. Más recordações Quito, palco do confronto de hoje, só traz lembranças negativas para os brasileiros nos últimos anos. Se há um local onde não dão sorte, esse é justamente a capital equatoriana. Tanto para os clubes quanto para a seleção. A equipe nacional do Brasil não vence lá há três jogos e perdeu os dois últimos. Em 2001, nas Eliminatórias para a Copa da Coreia do Sul e do Japão, derrota por 1 x 0, sob o comando de Emerson Leão. Em 2004, com Carlos Alberto Parreira, o placar foi o mesmo. ;Mas tabu foi feito para ser quebrado e eu acho que nosso momento está chegando;, comentou o confiante Elano. Os clubes também já comprovaram a força equatoriana em Quito. Que o diga o Fluminense no ano passado. Depois de um 0 x 0 na primeira fase da Libertadores, os cariocas voltaram a enfrentar a LDU na final da competição continental. Na decisão, sofreram 4 x 2 e, depois, no Maracanã, conseguiram levar a disputa para os pênaltis, mas acabaram deixando a taça escapar. São Paulo, Santos e Palmeiras também não se deram bem nos 2.850 metros da capital do Equador contra a mesma LDU. A equipe tricolor, na época dirigida por Cuca, hoje no Flamengo, foi facilmente superada: 3 x 0. Os santistas, com Oswaldo de Oliveira no banco, caíram por 2 x 1. Neste ano, o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo perdeu por 3 x 2. A altitude sempre foi um fator importante nesses confrontos, mas não a única explicação para os tropeços. O futebol equatoriano evoluiu e disputou as Copas de 2002 e 2006. Desta vez, no entanto, o Brasil parece ter boa chance de se reabilitar. O Equador não conseguiu se acertar depois do último Mundial e faz campanha fraca nas Eliminatórias, em que está fora da zona de classificação. Em 10 rodadas, venceu apenas três partidas e sofreu quatro derrotas.