Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Pelé avalia contribuições sociais que realizou para o país

;

Fora dos gramados, o cidadão Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, ficou conhecido por suas polêmicas, a falta de papas na língua, alguns negócios mal-sucedidos, mas também seus trabalhos sociais. Sua última iniciativa é o Instituto de Pesquisa Pelé/Pequeno Príncipe, que visitou nesta quinta-feira em Curitiba. "São coisas que não tem muita explicação. Em um primeiro momento, com 16 anos estava na Seleção Brasileira e fui para Copa do Mundo de 1958. Naquela época, ninguém sabia o que era ou onde era o Brasil. Para nós era estranho, porque somos orgulhosos com nossas belezas", disse o Rei, que acredita ter ajudado a mudar a visão dos estrangeiros. "Através do futebol demos uma contribuição maravilhoso e o país é um dos mais conhecidos e admirados no mundo", completou Pelé ainda lembrou do pioneirismo do Brasil ao colocar em sua seleção jogadores negros, uma novidade para aos europeus. "Outra coisa é sobre o racismo no futebol. E o brasileiro deve se orgulhar, já que quando a seleção ia jogar nos campos ao redor da Suécia, a gente ia ver os outros times e a gente se perguntava porque não tinha negros, só no Brasil. Hoje, até na Suécia tem. Outra coisa que o Brasil fez na parte social", avaliou. Todo esse caminho de conquistas sociais, segundo o ex-jogador, ganhou mais um capítulo com sua parceria com o Pequeno Príncipe e a venda de medalhas que representam seus gols no projeto Gols pela Vida. "Através do futebol com os gols que tive a oportunidade de fazer, veio a idéia para ajudar o Pequeno Príncipe. Agradeço a Deus a chance de transformar os gols do Pelé em medalha e ajudar a salvar vidas", analisou, antes de lembrar que já se importava com as crianças na época do milésimo gol. "Quando fiz meu apelo pelas crianças, teve muito jornalista dizendo que era demagogia. Mas a história foi que na porta do Santos havia uns garotos que enceravam os carros. Na véspera de partidas com times de São Paulo, alguns garotos tentavam abrir os carros e eu perguntava o porquê de estarem fazendo isso", lembrou o Atleta do Século, que lamenta que a situação só piorou. "Na semana seguinte na hora do gol lembrei disso. Mas não esperava que, infelizmente, chegaríamos a esse ponto depois de tantos anos", disse.