Foram breves segundos, mas Dunga deixou transparecer um lado seu que é pouco conhecido. Em entrevista aos veículos do Grupo RBS, o técnico da seleção brasileira deixou, por instantes, um pouco de lado aquele seu jeito durão de ser. Ao falar da pressão que sofre desde seu começo com a camisa canarinho, o capitão do tetra fraquejou diante das câmeras.
Dunga contou um fato inédito. Falou sobre o drama pessoal que sua família vive. Ao começar a falar de tudo que o cercou após a Copa de 90 - quando virou o bode expiatório da eliminação prematura do Brasil - e das críticas que recebe deste que assumiu o cargo de treinador, ele lembrou que essa pressão não se compara a que a sua mãe tem vivido há quase uma década.
"Foi pressão do Brasil todo. Tudo que acontecia de errado no Brasil era culpa do Dunga. Se supera isso com trabalho. É trabalhar. Mas não existe pressão maior do que a que a minha mãe sofre. Faz oito anos que meu pai tem mal de Alzheimer. Ela está ao lado dele e em nenhum momento fraquejou. Não vou ser eu que vou fraquejar. Pode falar o que quiser, fizer o que quiser", desabafou com os olhos marejados.
O treinador se mostrou ansioso por, pela primeira vez, comandar a seleção em sua terra. "Era uma coisa que eu esperava há um tempo", confessou ao falar das expectativas do jogo entre Brasil e Peru, dia 1º de Abril, em Porto Alegre, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010.