Jornal Correio Braziliense

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Lotéricas não querem vender ingressos para futebol

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A ideia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de usar casas lotéricas para vender ingressos de jogos de futebol, e assim acabar com as filas nos estádios e reduzir a violência, foi rechaçada pelos representantes dos donos das próprias casas lotéricas, que temem ver brigas em suas dependências. "Já prestamos serviços bancários sem ser banco. Assumir o ônus da venda de ingressos e da violência das torcidas inviabilizaria definitivamente nosso negócio. Não podemos aceitar a transferência da violência das torcidas para as casas lotéricas" afirmou Luiz Carlos Peralta, presidente do Sincoesp, o Sindicato dos Lotéricos, que representa 2.500 empresas no Estado de São Paulo. Em carta aberta ao presidente, o sindicato diz que a ideia não é sensata e "colocaria em sério risco milhares de microempresários seus colaboradores, apostadores, aposentados, donas de casa, pensionistas e todos os que se utilizam dos serviços hoje prestados pelas lotéricas, inclusive no recebimento de contas de concessionárias de serviços públicos", segundo Peralta. O empresário apontada que a rede de casas lotéricas já enfrenta problemas de segurança, deficiente se comparada com os bancos, e que não teria como lidar com mais uma categoria de clientes. "O empresário lotérico não deseja fazer esse serviço, sobre o qual os sindicatos representantes da categoria sequer foram consultados. Isso é desumano com os lotéricos, seus colaboradores e todos os brasileiros que dependem dos serviços dessas microempresas para receber seus proventos, pagar contas e exercitar a justa esperança de ganhar na loteria.