O Ceilândia, que ainda corre o risco de rebaixamento no campeonato candango, é o protagonista de hoje no Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF), presente em quatro dos sete julgamentos marcados pelo órgão. Dependendo das punições, o clube terá sérios problemas para a partida de domingo, contra o Brasília. O Abadião, palco do duelo decisivo, pode ser interditado, e a equipe corre o risco de perder o goleiro Ricardo e o lateral-direito Gláuber.
No caso envolvendo o Abadião, o Ceilândia foi enquadrado no artigo 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: falta de infraestrutura necessária para garantir a segurança de um evento. Tudo por conta da partida contra o Brasiliense, na 10ª rodada, quando o ex-técnico Jean Cláudio voltou ao gramado após ter sido expulso e ofendeu o árbitro Raimundo Lôpo, em partida de arbitragem polêmica. A pena prevê multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil e interdição do local.
Já o goleiro Ricardo, que recebeu cartão vermelho no mesmo confronto, pode pegar de 120 a 540 dias por ter dado uma peitada em Lôpo, segundo relato do árbitro na súmula da partida. O caso de Gláuber, que será julgado pela expulsão contra o Brazlândia é menos grave: suspensão de um a três jogos. Jean Cláudio também está na mira no TJD, ainda pela expulsão contra o Jacaré: será julgado com base nos artigos 188 (30 a 180 dias) e 186 (60 a 360). As penas, nesse caso, podem ser aplicadas cumulativamente.
O Brasiliense corre o risco de levar multa de até R$ 1 mil por não ter pago a taxa de arbitragem na partida contra o Brasília. O lateral-direito Amaral, do colorado, pode ser suspenso por até três jogos pela expulsão no mesmo duelo. Já o volante Mateus, do Brazlândia, será julgado pela expulsão contra o Ceilândia: o gancho é de duas a seis partidas.
Crise na arbitragem
Após voltar do exterior, o homem-forte do Brasiliense, Luiz Estevão, se manifestou a respeito das suspeitas envolvendo a arbitragem do campeonato candango. A crise foi deflagrada na sexta-feira, com abertura de inquérito no TJD-DF para apurar inconfidência do técnico Marquinhos Carioca, do Brasília, de que haveria um esquema do Jacaré de armação de resultados.
O cartola comentou o fato com aparente tranquilidade. ;A imprensa deu grande repercussão ao assunto e naturalmente vai investigá-lo, com os meios de que dispõe, em profundidade. A procuradoria achou que o assunto era merecedor de uma investigação. É o papel dela, institucionalmente investigar. Portanto o assunto está em muito boas mãos;, declarou.
Nomeado auditor-processador do caso, Fábio Paganella não quis se pronunciar sobre o assunto. Ele diz que ainda não analisou o processo. Ontem, porém, outro nome foi acrescentado à lista de depoentes: o supervisor do Brasília, Eurípedes Bueno, que teria revelado a suposta compra da arbitragem a Marquinhos Carioca, de acordo com o treinador. Segundo o presidente do Gama, Paulo Goyaz, os presidentes dos clubes serão ouvidos. ;Também serão analisados os jogos do Brasiliense fora do Serejão;, afirmou o cartola.