Jornal Correio Braziliense

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Imprensa argentina garante: jogadores comemoraram renúncia de Riquelme

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Em meio aos motivos que fizeram Juan Román Riquelme renunciar à seleção da Argentina, o principal deles nem tem relação com Diego Maradona. Quem assegura é o diário de Buenos Aires Olé, que aponta o mau relacionamento do meia com os compatriotas como a grande razão que o fez se dedicar somente ao Boca Juniors - as palavras do treinador, portanto, teriam sido apenas a gota d'água para o jogador. Embora Maradona tenha até admitido na noite desta quarta-feira que Riquelme poderia voltar a utilizar a camiseta albiceleste caso se retratasse, a situação não deve ter mais volta. Como prova de que o destaque do Boca Juniors não é querido no grupo, o Olé ressalta que mais de dez atletas argentinos, inclusive alguns dos mais consagrados, ligaram para o comandante apoiando-o depois que toda a polêmica veio à tona. "Há vários jogadores que estão contentes com a renúncia", disse ao jornal um amigo próximo ao meia, dando conta de que o relacionamento dele com seus companheiros já era insustentável. Além das ligações que vieram de Itália, Espanha e outros países, outras provas disso viriam do amistoso de fevereiro contra a França - quando se ouviu no vestiário o cântico 'vamos apoiar, vamos apoiar, já veio (Lionel) Messi, não chamem ninguém mais' - e da última Copa América - na qual Riquelme praticamente só andava com Hugo Ibarra, lateral-direito do Boca. Ainda que não admita publicamente, Maradona sabia das dificuldades para integrar o meia em um time cuja base se conhece desde as conquistas nos juniores e, tentando consertar o problema, chamou um de seus principais atletas recentemente e afirmou: "Veja se pode falar com o pessoal para que haja acerto com Román". A resposta do volante, ainda de acordo com o Olé, foi: "A verdade, Diego, é que não consigo mais". No duro panorama, Riquelme estava distante de 'Kun' Agüero, sogro do comandante, dos ex-parceiros de Boca Juniors Carlos Tévez e Fernando Gago e, principalmente, de Messi, que fora apontado em 2008 como 'dono da equipe' pelo presidente da Associação Argentina de Futebol (AFA), Julio Grondona, o que foi imediatamente contra o ego do ex-atleta de Barcelona e Villarreal. Sem alternativas, o meia tricampeão da Libertadores viu as palavras de Maradona, que não lhe garantiu a titularidade e ainda queria alterar sua posição dentro de campo, como a gota d'água para o fim de seu ciclo na seleção. Se desta vez não voltar atrás como fez em 2007, o astro deixará a Albiceleste com apenas um título no currículo: a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim.