Jornal Correio Braziliense

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Dirigente diz que quatro jogadoras não deveriam ter ido a Pequim

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Seis meses e meio após as Olimpíadas de Pequim, a nona colocação obtida pela seleção brasileira feminina de handebol na China ainda não "saiu garganta" do presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Manoel Luiz de Oliveira. Declarando-se decepcionado com o desempenho da equipe nacional, que ficou duas posições abaixo da classificação de Atenas-2004, ele criticou o grupo convocado à época pelo técnico Juan Oliver. "Nós erramos na escolha de quatro das 15 jogadoras que foram para lá. E é complicado quando você tem mais de 25% do grupo comprometido", criticou o dirigente. "Não interfiro nas convocações, mas com o grupo certo tínhamos condições até de ganhar medalha", acredita. Porém, ao ser questionado pelos jornalistas sobre os nomes das atletas que não deveriam ter viajado, Manoel esquivou-se. "Isso eu não vou falar porque ficaria mal para mim. Mas creio que quem acompanha handebol saiba do que estou falando: três são muito claras e a quarta (não deveria ter ido) por questão da estratégia de jogo", emendou. Apesar de dizer que outros aspectos influenciaram na saída de Oliver do comando da seleção brasileira, o presidente da CBHb admite que o ocorrido em Pequim influenciou a sua decisão. "O Juan convocou errado. Além disso, ele nem morava no Brasil, como queríamos", afirmou. Sob o comando de Oliver, o desempenho da seleção feminina também caiu em Mundiais: de sétimo, em 2005 para o 14º lugar em 2007. O declínio, contudo, não é privilégio entre as mulheres: os homens desceram da décima posição em Atenas para a 11ª em Pequim. No Mundial de 2009, o país foi o 21º, dois lugares abaixo do obtido em 2005 e 2007. Nesta última edição o grupo esteve bastante desfalcado por conta de lesões e pedidos de dispensa e contou com Washington Nunes, ex-assistente de Ribeira, que voltou para a Espanha para comandar o time Ademar de León. Ainda assim, Jordi ganhou o respeito de Oliveira. "Ele pode voltar a trabalhar com a Confederação quando quiser", garantiu o dirigente. Na verdade, o espanhol deveria ter deixado o grupo após o ouro nos Jogos Pan-americanos, mas a pedido da Confederação ficou até as Olimpíadas. Como consequência, a preparação olímpica ficou comprometida devido a compromissos de Ribera na Espanha e, no Mundial, os jogadores tiveram que contar com um novo técnico. "Foi feito o convite para ele continuar, mas o Jordi recusou. Não houve erro de planejamento", assegurou o presidente da CBHb.