Deportado pelo governo brasileiro após desertar da delegação cubana que competiu nos Jogos Pan-americanos de 2007, o boxeador Erislandy Lara garante não ter mágoas do ocorrido. Tanto que, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o atleta ressaltou o desejo de vir ao Brasil novamente. "Quero muito voltar", declarou.
Atualmente morando nos Estados Unidos, depois de fugir de Cuba mais uma vez - na segunda oportunidade, ele pegou uma lancha até o México e depois atravessou a fronteira -, Lara só mantém a versão de que foi obrigado a deixar o território verde-amarelo.
"Sinceramente, até hoje não entendi o que ocorreu e por que voltamos a Cuba", afirmou o pugilista, que disse não ter sido perdoado pelo governo de seu país pela tentativa e nunca mais competiu na ilha. "Há tantos problemas lá que eu não poderia começar a explicá-los. Em primeiro lugar, não há comida. As pessoas sofrem muito", comentou.
A volta dele ao Brasil pode acontecer já no ano que vem, por conta da disputa de uma luta - existe a possibilidade de seu companheiro de deserção, Guillermo Rigondeaux (que recentemente também foi para os Estados Unidos) vir junto com ele. "Eles são pessoas livres, já estamos em contato com organizadores no Brasil para promover a luta em 2010", revelou Luís de Cubas, representante da Arena Box Promotions, que agencia os dois.
Até lá, Lara espera já ter conseguido tirar sua família de Cuba. "Estou estudando como fazer isso. Tenho certeza que vamos conseguir", afirmou o atleta, esperançoso.