A terça-feira trouxe cenas recorrentes nos últimos anos de volta à Gávea. Mais uma vez, o Flamengo encontra dificuldades para pagar suas dívidas com os jogadores. E, como sempre, sofre as consequências. Houve boatos de que os atletas entraram em atrito com a diretoria pelo atraso nos salários. O vice-presidente de futebol Kleber Leite negou, mas admitiu a gravidade da situação financeira do clube.
"O Flamengo é um Japão pós-guerra. Está tudo bem e de repente surge uma dívida do Gamarra (ex-zagueiro do clube) de R$ 10 milhões. O orçamento vai para o espaço", justificou o dirigente, para depois garantir que a dívida do clube com os jogadores não é tão grande. "O Flamengo quitou o 13.º salário e hoje só devemos um mês (dezembro)", contou Kleber Leite, lembrando que o mês de janeiro vence apenas no próximo dia 25.
Não por coincidência, a crise administrativa chega na semana em que o Flamengo joga a semifinal da Taça Guanabara, contra o Resende, no próximo sábado. O adversário acabou mantido por causa do julgamento do recurso do Vasco no TJD, realizado nesta terça-feira. O clube vascaíno, que perdeu seis pontos pela escalação irregular do meia Jéferson, teve a defesa negada, e agora promete recorrer no STJD.
Alheio à disputa judicial, o Flamengo se manteve concentrado em seus problemas internos, que se afloram quando o time está próximo de jogos importantes. O capitão Fábio Luciano chegou a se reunir com Kleber Leite, mas negou que tenha discutido com o dirigente. "Nos reunimos e falamos sobre vários assuntos, como o adversário das semifinais e a contusão do Ronaldo Angelim. O atraso de salários estava entre eles, mas não houve discussão", garantiu o zagueiro.