Ameaçado de punição no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) pelo tenente-coronel Marcos Marinho, presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF), o técnico Mano Menezes recuou em suas críticas à atuação do trio de arbitragem comandado por José Henrique de Carvalho.
O treinador do Corinthians havia insinuado que Carvalho e o seu assistente Ednílson Corona foram informados por um superior ("influências externas") do soco desferido pelo volante Túlio no zagueiro André Dias, no clássico contra o São Paulo. O tenente-coronel Marinho, no entanto, assegurou que há apenas quatro rádios (em poder do árbitro, de seus auxiliares e do quarto árbitro) em campo, sem possibilidade de interferências.
"Talvez eu tenha me precipitado um pouco ao comentar o lance do Túlio, mas não tive a intenção de mentir, como já ouvi dizerem. A gente erra e acerta sem intenção, da mesma forma que a arbitragem", retrocedeu Mano Menezes.
Apesar de mais ameno, o técnico não deixou de criticar José Henrique de Carvalho. Mano Menezes acusa o árbitro de ceder à pressão da torcida local. "Há um jeito de conduzir a arbitragem, que já é de conhecimento público", esbravejou.
Os jogadores do Corinthians foram constantemente advertidos com broncas, cartões amarelos e vermelhos no início do Campeonato Paulista. Dois dias antes de estrear na competição, entretanto, o elenco ouviu uma palestra proferida pelo ex-assistente Valter José dos Reis justamente para saber se portar diante da arbitragem.
"A nossa indignação maior é porque o que foi dito na palestra não se viu dentro de campo. Saímos daquela reunião convictos de que a arbitragem melhoraria, mas isso não aconteceu. Os critérios adotados para os times estão sendo diferentes", esbravejou Mano Menezes.