Os anônimos corredores de rua de BrasÃlia, que usam o Parque da Cidade para seus treinos, voltaram a ter a companhia da brasiliense Lucélia de Oliveira Peres, já recuperada de uma lesão que frustrou o seu calendário de 2008. É nesse ambiente de muita natureza e ar puro que a atleta intercala os seus treinos diários, já em ritmo forte, visando voltar à sua forma fÃsica ideal.
Foi um ano de altos e baixos, com várias tentativas para o retorno definitivo às pistas. Em vão. Lucélia de teve que se render a um prolongado tratamento médico para se curar de uma inflamação no pé direito, conhecido por ;fascite plantar;.
O problema surgiu há um ano, na tradicional prova Volta da Pampulha, em Belo Horizonte. Lucélia corria pelo tetracampeonato, mas, a três quilômetros do fim, sentiu que estava lesionada. ;Veio a dor, e eu acabei a corrida em terceiro lugar;, recorda. No entusiasmo de atleta, a brasiliense ainda tentou disputar a São Silvestre, mas não concluiu o percurso. Em março, entrou na Corrida do Carteiro e, ao torcer o pé, justamente o lesionado, agravou o problema. Era hora de parar mesmo e dar inÃcio a um prolongado e paciente tratamento.
Resignada, Lucélia conta que enfrentou momentos ruins para superar a sua rotina de viagens e competições. Por exemplo, quando não conseguiu se preparar de forma ideal para disputar a vaga para a maratona olÃmpica. ;Essa era a meta principal de 2008, minha e de meu técnico, Edilberto Barros. Em 2004, fizemos uma programação especÃfica ; Rumo a Pequim 2008 ;, que foi cumprida nos últimos quatro anos, para que eu chegasse à s olimpÃadas. Nesse tempo, melhorei todas as minhas marcas, fui ao pódio nos 10.000m nos Jogos Pan-Americano do Rio de Janeiro, venci a Volta da Pampulha três vezes, uma delas com recorde da prova (1h00min57s, em 2005), sou a atual campeã sul-americana dos 10.000m, enfim. Mas, na data final da disputa da vaga para a maratona de Pequim, eu estava fora, por problemas que fugiam à minha vontade, que não dependiam só de mim para resolver;.
A segunda frustração profissional deste ano que se encerra vem com a decisão extrema de não correr a São Silvestre, tradicional competição paulista, da qual Lucélia (Petrobras/Upis/Mizuno/ABC) foi campeã em 2006.
;Eu e Edilberto concluÃmos que não era o melhor momento para eu retornar à s competições. Voltei a treinar forte somente há dois meses e ainda não estou nas condições ideais para enfrentar uma corrida como a São Silvestre. Foi uma decisão racional;, explica Lucélia. ;Até que eu poderia ir para participar, como fazem milhares de corredores, que vão para a festa, para se divertir mesmo. Mas o nÃvel profissional em que me encontro não permite que eu entre numa prova que reúne alguns dos melhores atletas do mundo sem o condicionamento fÃsico ideal.;
Calendário
Oficialmente, Lucélia voltou a competir em 23 de novembro, quando correu os 10km do Circuito Caixa, em BrasÃlia. Foi uma prova de teste, que ela concluiu sem sentir dor. ;Mais dois meses e posso voltar a competir. Minha primeira prova será a Meia Maratona de São Paulo, em 8 de março. Vou para disputar pódio;, prevê Lucélia, otimista.
Lucélia Peres desiste de correr a São Silvestre