Nesta quarta-feira, depois de oito anos, finalmente Roque Júnior volta a vestir a camisa do Palmeiras em partidas oficiais. O zagueiro deve ser titular no time que encara o Sport Áncash pelas quartas-de-final da Sul-americana, no Palestra Itália. E entrará em campo tentando mostrar o que aprendeu no futebol europeu: os treinos são válidos e conversar em campo é fundamental.
No tempo em que passou longe do Verdão, o zagueiro, hoje com 33 anos, defendeu clubes como Bayer Leverkusen, Siena, Leeds, Duisburg e Al Rayyan, do Catar, além da seleção brasileira. Mas foi no seu auge, no Milan, que passou a adotar um companheiro como modelo para o seu futebol.
;Um cara que me marcou muito foi o Costacurta, um dos melhores zagueiros do mundo. Ele falava bastante em campo, via as coisas antes de acontecer. A gente brincava lá que tinha que tentar pegar algumas coisas deles, e procurei fazer isso;, apontou o defensor, companheiro na fase final da carreira do italiano, entre 2000 e 2003.
Com a lição assimilada, a meta é repetir Costacurta na zaga palmeirense. A começar pelos treinamentos. Roque acredita que seu desempenho entre os reservas na Academia de Futebol é fundamental para que Wanderley Luxemburgo o tenha escolhido, mesmo sem estar em plenas condições físicas.
;Estou me sentindo bem. Talvez só dez dias de treino não seja o ideal, não posso dizer que estou 100%, mas estou pronto. E aprendi uma coisa em oito anos lá fora: treino para mim é jogo. O que faço no treino, faço no jogo, e estou treinando bem. Há uma diferença, claro, mas treinar bem dá mais confiança;, avaliou, feliz por reestrear diante de uma equipe de menor tradição.
;Vamos jogar contra um time que não tem o mesmo nível de times Brasil. Não é que é fácil, mas pode me dar mais ritmo para entrar em uma reta final de campeonato, onde o ritmo com certeza vai ser maior;, analisou, de olho em uma vaga no time do Brasileiro, que joga com os principais atletas. ;Vou fazer o máximo sempre. Vai depender do Wanderley;.
Como trunfo, Roque Júnior garante que pode corresponder às expectativas tanto do treinador quanto da diretoria e cumprir a missão que assumiu ao ser contratado: passar experiência ao elenco. Desta maneira, pode cavar vaga dentre os preferidos de Luxa em campo.
;Não sou professor, mas adquiri experiência ao longo dos anos e posso fazer como aconteceu comigo quando era novo e tinha Cléber, Júnior Baiano, César Sampaio, Zinho, que me ajudaram. No Bayer Leverkusen já tinha jogado em um time mais novo e seu que posso ajudar na conversa. Não ganha na palavra, mas tem que se falar bastante em campo para acertar o posicionamento;, recomendou, já antecipando como pode contribuir na prática.
;Você consegue se posicionar melhor, ver o que acontece um pouco antes. E você também corre menos, mas corre certo. Quando se é mais novo, a vitalidade faz correr muito, mas com o tempo se consegue ver o jogo melhor e ajuda a posicionar bem a equipe em campo. Todo mundo corre menos, mas corre certo;, ensinou Roque Júnior, ansioso por deixar a teoria já nesta quarta-feira.