Atibaia (SP) - Depois de nove meses como última alternativa na zaga palmeirense, Maurício viverá neste domingo diante do Cruzeiro, em seu oitavo jogo como profissional, a inédita sensação de estar em campo por preferência de Wanderley Luxemburgo. Aos 19 anos, o zagueiro foi eleito para ser o líbero da equipe no Mineirão, barrando Gladstone, que já passou pela seleção brasileira e era o mais cotado para a vaga do lesionado Jéci.
De fala curta e já mais acostumado a dividir o ambiente com atletas consagrados, o camisa 17 credita sua ascensão à disposição nos treinamentos com o time reserva. O desempenho em suas oportunidades em campo, porém, também pesaram para que fosse escolhido como o último homem da retaguarda que terá Martinez pela esquerda e Gustavo pela direita.
;Respeito muito o Gladstone, mas sempre treinei firme à espera de uma oportunidade e o professor optou por mim;, enalteceu Maurício, que ouviu do técnico a razão da preferência. ;Entrei por ele ter escolhido o 3-5-2, e eu sou mais rápido. Sei fazer a sobra e jogar na cobertura. Já joguei também pela direita, como atuava nas categorias de base, mas rendi mais jogando na sobra;, reconheceu.
Ser titular não é uma novidade para o jogador. Em 2008, o defensor, que ficou em janeiro após empréstimo ao CRB no ano anterior, já iniciou sete partidas. O que não significou experiência suficiente para não sofrer com as broncas de Luxemburgo. Novo no time, Maurício foi o maior alvo dos gritos e os puxões do comandante para acertar o posicionamento na concentração em Atibaia. E nem ligou.
;Isso é normal, ele tem que cobrar mesmo. É um treinador de muita experiência, já foi campeão brasileiro, sabe o que temos de fazer para vencer;, elogiou, preparado para os urros bem menos amistosos que ouvirá da torcida cruzeirense no final de semana. ;A pressão sempre existe, mas sempre treinei firme para estar bem quando for escolhido;.
E é bem orientado e calejado com os gritos adversários que o zagueiro se diz pronto para atuar em um duelo que vale a vice-liderança do Brasileiro. ;É o jogo mais importante da minha carreira, e superimportante também para o Palmeiras;, apontou Maurício, torcendo para que, em sua segunda visita ao Mineirão, não tenha a mesma frustração de 6 de julho deste ano. ;Já ia jogar contra o Atlético, mas no vestiário o Jéci foi escolhido;, lembrou o defensor, sacado para a estréia do zagueiro de quem será substituto desta vez.