Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Craque do futuro: brasiliense encanta nos campos italianos

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Ricardo Lenon da Silva Rodrigues, 15 anos, seguiu o caminho das grandes estrelas do futebol brasileiro que deixam o país já profissionais. Talvez um pouco cedo demais. Mesmo que prematuramente, ele já é considerado um craque nas categorias de base do Milan da Itália, clube de Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Alexandre Pato, e veste, orgulhoso, a camisa preta e vermelha.



Com a ajuda de um tio (Márcio Cristiano), que foi estudar na Itália em 2006, o garoto viu a chance de despontar no exterior correndo atrás da bola. Com a experiência das escolinhas do Sesc e do CTZ, ambas em Taguatinga, arrumou as malas e seguiu em busca de um sonho. Dedicado e talentoso, Da Silva, como é conhecido pelos italianos, há cerca de um ano e meio entrou para o time Lombardia Uno, do Milan.

;Foi difícil deixar a família para trás. Sinto saudades, mas sabia que era importante para meu futuro. Lá o jogador é valorizado e não podia perder essa oportunidade;, ressalta o menino de 66kg e 1,68m, que está de férias em Brasília, sua cidade natal, na casa dos pais, Ozias e Lídia Rodrigues, e do irmão, Rodrigo Leon.

Antes de chegar ao Milan, Da Silva esteve na escolinha do La Spezia por oito meses e se inscreveu num teste na Inter de Milão. Ele lembra que passou um mês em teste no clube, mas conheceu um senhor que o indicou a tentar a categoria de base do Milan.

;Passei uma semana treinando no Milan e no último dia me selecionaram. Fiquei tão feliz que penso em seguir carreira no time principal. Agora estou adaptado à Itália. O legal no clube é que, além do material esportivo, recebo ajuda de custo, alimentação e assistência médica;, enumera Da Silva, que treina com o técnico Mauro Merlo.

Da Silva admite que uma das suas referências no Milan é Maldini, considerado um dos maiores atletas da história do futebol da Itália e da Europa. Maldini começou a carreira no infantil do clube e chegou ao profissional, somando vários troféus. ;Ele entrou lá pequeno e se tornou um excelente jogador;, diz Da Silva, que, antes de chegar a Brasília, venceu dois regionais na Itália, um de futebol de campo e outro de futsal e, mesmo canhoto, chuta bem com a direita.

O pai do menino torce pelo sucesso do filho e garante que é complicada a separação. Mesmo assim, não deixa de ser o maior incentivador do garoto. ;Ele tinha um sonho e surgiu essa oportunidade. Como sou esportista e não pude seguir a carreira por falta de apoio da família, acho que ele merece isso. Não pensei duas vezes;, desabafa. ;Percebo que é uma experiência válida, pois ele tem evoluído não só como atleta, mas como pessoa.;

Outro que confia numa brilhante carreira para o jovem é o tio André Basílio. ;Ele tem futuro. Sei porque comecei assim. Saí de casa aos 13 anos para jogar. Passei por diversos times, como Guarani, Atlético Mineiro, Monterrey do México, Tigres, Leon e outros. Há três anos parei, quando meu pai teve problemas de saúde. Hoje aposto em Da Silva.;