Jornal Correio Braziliense

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Seleção brasileira feminina de vôlei encerra participação no Grand Prix

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A atuação não foi tão sensacional quanto no jogo contra Cuba, mas mesmo assim a seleção brasileira feminina de vôlei encerrou sua participação na edição 2008 do Grand Prix com outra boa vitória. Neste domingo, o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães jogou diante de um ginásio lotado, mas nem por isso relaxou ou facilitou as ações das donas da casa e venceu o Japão em Yokohama por 3 sets a 0, parciais de 25/23, 25/23 e 25/19. Com isso, o time nacional terminou a fase final da disputa com 10 pontos conquistados através de cinco vitórias em cinco jogos, um a mais do que Cuba, que bateu a Itália por 3 sets a 1, parciais de 28/30, 25/18, 25/23 e 25/19, e se sagrou vice-campeã. A terceira posição ficou com as italianas, seguidas pelos Estados Unidos. Campeã olímpica, a China se despediu com derrota diante dos Estados Unidos por 3 a 2, parciais de 25/23, 25/19, 22/25, 21/25 e 17/15. Por conta do resultado das caribenhas, o Brasil não entrou em quadra matematicamente campeão: para ficar com a taça, a equipe verde-amarela precisava de apenas dez pontos em três sets, de forma a ultrapassar as cubanas nos critérios de desempate em caso de derrota. E, obviamente, o objetivo foi facilmente alcançado. Coincidentemente, o "ponto do título" não foi mérito de nenhuma jogadora, reforçando o espírito de grupo que as atletas do Brasil sempre fazem questão de ressaltar: ao não alcançar bola levantada para ela no primeiro set, a japonesa Erika Araki confirmou a sétima taça do Grand Prix para o time verde-amarelo, que parte rumo às Olimpíadas de Pequim cheia de moral. Antes de ir a China, porém, as brasileiras voltam ao país onde devem permanecer até o início de agosto, quando está programada para viagem para a Ásia a fim de fazer a redaptação com o fuso horário de Pequim. A estréia do time nacional nas Olimpíadas será no dia 09 de agosto, contra a Argélia a 1h30 (horário de Brasília). Itália, Rússia, Sérvia e Cazaquistão integram o mesmo grupo das brasileiras na primeira fase. Apesar de ter entrado em quadra com o título praticamente assegurado, o Brasil não relaxou neste domingo - as atletas, inclusive, fizeram questão de ver um vídeo das adversárias para estudá-las antes da partida. O Japão, porém, também mostrou que fez o dever de casa e evitou encarar o bloqueio do Brasil, além de mostrar bom posicionamento para não sucumbir diante dos ataques das sul-americanas. Com isso, elas quase beliscaram um set na partida. Mas em quadra as meninas do Brasil mostraram muita seriedade e, a despeito da falta de concentração de alguns momentos, especialmente no final do primeiro e segundo sets, não tiveram problemas em conquistar mais uma vitória por 3 sets a 0. Em visível ascensão, Sheilla, Paula Pequeno e Mari foram os destaques do Brasil, respectivamente com 16, 13 e 12 pontos. Do outro lado, Miyuki Takahashi e Saori Kumira (14 acertos cada) comandaram as ações na equipe oriental, que ainda contaram com boa atuação da levantadora Yoshie Takeshita. O jogo - Disposto a tirar uma casquinha da seleção brasileira, o Japão entrou em quadra embalado e logo fez 6 a 5 com um bom saque, vantagem que pela primeira vez fez o Brasil ir para o primeiro tempo técnico atrás do placar nesta fase final: 8 a 7. Entretanto, a equipe verde-amarela logo retomou a frente, através de Thaísa, que cravou belo levantamento feito por Fofão com uma mão só: 9 a 8. Logo na sequência, Erika Araki não entendeu o tempo da bola levantada e proporcionou o décimo ponto brasileiro, confirmando o título do time de José Roberto Guimarães. Coincidência ou não, as atletas nacionais conseguiram embalar a partir deste momento e Sheilla, depois de jogada rápida, bateu no fundo para fazer 16 a 11. Entretanto, quando tudo parecia tranquilo, o saque das representantes nacionais passou a não entrar direito, facilitando a vida da levantadora Takeshita. Resultado: 18 a 16. Zé Roberto então parou o jogo e cobrou especialmente Sheilla, que errava marcação de Takahashi. Na volta, a defesa oriental passou a brilhar, oferecendo grandes dificuldades para as brasileiras colocarem a bola no chão. Que o diga Thaísa, que bateu duas vezes na bola e não conseguiu converter o 19º ponto do Brasil, que só veio com um toque na rede das rivais. Na sequência, Wal e Paula também fizeram grandes defesas, até a bola finalmente voltar para a ponteira cravar de xeque, dando o primeiro set point ao Brasil: 24 a 20. Com a etapa quase assegurada, o treinador brasileiro colocou Valeskinha, Carol Albuquerque e Sassá em quadra, respectivamente no lugar de Fofão, Sheilla e Paula Pequeno. Boa jogadora no saque, Sassá foi para o serviço tentar fechar a etapa, mas acertou a rede. O Japão foi perigosamente se aproximando e Zé Robertou paralisou o jogo no 24 a 23. Mas as instruções dele nem foram usadas, já que Kurihara sacou fora e encerrou a parcial em 25 a 23. No rápido intervalo, Zé Roberto alertou para o excesso de saques errados. O fundamento, porém, só veio a se estabilizar próximo ao primeiro tempo técnico, quando Paula conseguiu um belo ace ao achar um buraco na defesa adversária. Antes, o Japão dava mostras que poderia escapar no placar se o Brasil bobeasse, mas com a tradicional jogada de segunda de Fofão fez 8 a 6 e parou com qualquer pretensão adversária. Um dos destaques brasileiros na partida, Mari explorou de forma inteligente o bloqueio japonês depois de o Brasil quase perder a jogada por um "erro de comunicação". Na sequência, ela pegou bela bola de xeque e fez 10 a 06. Kurihara então devolveu a bola de segunda imposta por Fofão minutos antes e fez 10 a 07, mas o Brasil não teve muitos problemas para manter a vantagem de pelo menos três pontos: Thaísa, pelo meio, marcou 13 a 10. Em seguida, um ace de Mari colocou 15 a 10 no placar. Com a parcial tranquila, Fofão dava show, como na jogada em que, de costas, levantou perfeitamente para Sheilla cravar no fundo a partir da linha de três. O Japão, porém, foi chegando aos poucos no placar e, depois de Tajimi marcar com uma bola rápida pelo meio, Zé Roberto foi obrigado a parar o jogo de novo para pedir paciência às atletas, de forma que pontos importantes não fossem desperdiçados. O recado foi momentaneamente ouvido e Sheilla marcou 24 a 20. Só que novo momento de desconcentração e falta de sorte permitiu que as japonesas chegassem: primeiro, Paula Pequeno fez boa defesa, mas a bola cruzou a quadra adversária até ir para fora. Na sequência, a ponteira subiu empolgada para cravar a bola, mas não contava com o bloqueio de Erika Araki: 24 a 23. Fofão então mandou a responsabilidade para Sheilla, que não decepcionou e, vindo de trás, marcou 25 a 23. No terceiro set, mais uma vez o Japão saiu na frente, fazendo 5 a 2 em um erro de recepção da equipe brasileira. Mas, de novo, as vice-campeãs mundiais buscaram o placar: Paula Pequeno fez 5 a 6, equilibrando a partida e evitando que as orientais fugissem. Foi aí que Zé Roberto optou por dar ritmo de jogo a Fabiana, colocando a atleta no lugar de Thaísa. Paula, na paralela, empatou o duelo em 10 a 10. Detalhe: na jogada, a levantadora foi Mari, repetindo o que Fabiana havia feito pouco antes. Dois bloqueios de Walewska obrigaram o técnico do Japão a pedir tempo (13 a 11). Kurihara ainda tentou manter o Japão vivo no jogo e fez 14 a 15, mas logo o Brasil embalou na etapa e as donas da casa passaram a cometer erros até então pouco executados. Por outro lado, as brasileiras mostraram paciência e Paula explorou o bloqueio, marcando 20 a 17. Foi aí que Takahashi sucumbiu. Primeiro, ela tentou explorar bloqueio de Sheilla, que tirou a mão da bola, deixando-a ir para fora. Na sequência, ela tentou a mesma jogada, mais uma vez sem sucesso: 23 a 17. No primeiro match point, o Japão ainda evitou a vitória brasileira, só que Sheilla acabou logo com o duelo em seguida e marcou o último ponto da competição: 25 a 19.