Jornal Correio Braziliense

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1958 - O Brasil na grande final

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Brasil x Suécia A taça do mundo é nossa O Brasil, de azul, encarou os donos da casa na final e tomou um susto logo no começo do jogo. A Suécia abriu o placar, com Liedholm. Mas a Seleção tinha um inspirado Garrincha, que deixou a zaga atordoada. Duas jogadas dele foram completadas por Vavá para decretar a virada ainda no primeiro tempo. Mas o melhor estava por vir. Na segunda etapa, foi a vez de Pelé dar show. Aos 10 minutos, o garoto que seria rei recebeu a bola dentro da área, deu um chapéu no adversário e bateu para fazer um golaço. Zagallo ampliou, depois de bela jogada individual. Os suecos descontaram, mas no minuto final Pelé encerrou a goleada: 5 x 2. Começava ali a festa pela primeira conquista de uma seleção fora do seu continente e era justamente a do Brasil, que havia perdido em casa para o Uruguai. A Taça Jules Rimet foi entregue pelo rei Gustav Adolf, da Suécia, a Bellini, capitão de um dos melhores times de todos os tempos, que representou o país com amor à camisa. O gesto de erguer a taça foi marcante. Era como se ele levantasse também a auto-estima dos brasileiros que espantaram, a partir daquele momento, o complexo de vira-latas. Nelson Rodrigues e a torcida verde-amarela agradecem até hoje. 29 de junho BRASIL Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo Técnico : Vicente Feola SUÉCIA Svensson; Bergmark, Axbom, Böerjesson e Parling; Gustavsson e Hamrin; Gren, Simonsson, Liedholm e Skoglund Técnico : Georges Raynor Gols : Liedholm, aos quatro, e Vavá, aos nove e aos 32 minutos do primeiro tempo; Pelé, aos 10, Zagallo, aos 23, Simonsson, aos 35, e Pelé, aos 45 minutos do segundo tempo Árbitro : Maurice Guigue (França) Local : Estádio Rasunda, em Estocolmo Público : 51.800 espectadores