Brasil 3 x 0 Áustria
Rebeldia premiada
O primeiro dos seis passos rumo ao primeiro título mundial, sob o comando do técnico Vicente Feola, foi diante da Áustria, pelo Grupo 4. E terminou em goleada, por 3 x 0, com dois gols de Mazzola e um de Nilton Santos. Mas o placar dilatado não mostrou o que foi o jogo de estréia, como sempre nervoso. A Seleção ainda não contava com Pelé e Garrincha em campo, e os europeus deram muito trabalho ao goleiro Gilmar, destaque da partida. O gol de Nilton Santos, maior lateral-esquerdo de todos os tempos, foi surpreendente para o futebol praticado na época, quando os jogadores de defesa praticamente não atravessavam a metade do campo. Quando ele avançou para o ataque, contrariando a orientação de Feola, Zagallo se encarregou da cobertura pela esquerda e disse para o companheiro concluir a jogada, que ainda passou pelos pés de Mazzola.
8 de junho
BRASIL
Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazzola, Dida e Zagallo
ÁUSTRIA
Szanwald; Halla, Swoboda e Hanappi; Happel e Koller; Horak, Senekowitsch, Buzek, Körner e Schleger
Técnico
: Karl Argauer
Gols
: Mazzola, aos 38 minutos do primeiro tempo; Nilton Santos, aos quatro, e Mazzola, aos 44 minutos do segundo tempo
Árbitro
: Maurice Guigue (França)
Local
: Estádio Rimervallen, em Udevalla
Público
: 25 mil espectadores
Brasil 0 x 0 Inglaterra
Paredão britânico
Os inventores do futebol vinham enfraquecidos depois da morte de oito jogadores do Manchester United, em Munique, quatro meses antes da competição. Fechada na defesa, a Inglaterra segurou as investidas brasileiras e garantiu o primeiro 0 x 0 da história dos mundiais. Na melhor chance da Seleção, Mazzola mandou uma bola na trave. Os britânicos comemoraram ao fim da partida, até porque atuaram sem o atacante Thomas Finney. O empate festejado pelos adversários ; que acabaram indo embora para casa sem ganhar nenhuma partida ; frustrou o Brasil. Era muito pouco para quem queria conquistar o Mundial e tinha tudo para isso. A falta de gols desagradou a Vicente Feola, mas ele não podia fazer substituições durante a partida ; o que passou a ser liberado apenas a partir do Mundial de 1970, no México.
11 de junho
BRASIL
Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazzola, Vavá e Zagallo
Técnico
: Vicente Feola
INGLATERRA
McDonald; Howe, Banks e Clamp; Wright e Slater; Douglas, Robson, Kevan, Haynes e Court
Técnico
: Walter Winterbottom
Árbitro
: Albert Dusch (Alemanha Ocidental)
Local
: Estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo
Público
: 30 mil espectadores
Brasil 2 x 0 União Soviética
Gênios em campo
Para fechar a participação na fase de grupos, o Brasil encarou a União Soviética, do lendário goleiro Lev Yashin, o Aranha Negra. Como Joel e Mazolla estavam desgastados depois da batalha contra os ingleses, os líderes da equipe ; Bellini, Nilton Santos e Didi ; pressionaram o treinador a escalar Pelé, um garoto de 17 anos, e Garrincha, que ainda não havia cruzado com os "joões" ; como chamava seus marcadores. Em sua estréia, Garrincha mandou um bola na trave logo no início e entortou os zagueiros com dribles desconcertantes. A outra novidade, Pelé, começou a mostrar seu talento para o mundo. No entanto, os dois gols do time canarinho foram marcados por Vavá. O primeiro veio após passe açucarado de Didi e o segundo contou com a participação do futuro Rei do Futebol, em tabela na área. O triunfo levou o Brasil, campeão da chave, às quartas-de-final.
15 de junho
BRASIL
Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo
Técnico
: Vicente Feola
UNIÃO SOVIÉTICA
Yashin; Kesarev, Kuznetsov e Voinov; Krijevski e Tsarev; A. Ivanov, V. Ivanov, Simonian, Netto e Ilyin
Técnico
: Gabriel Katchalin
Gols
: Vavá, aos dois minutos do primeiro tempo e aos 31 do segundo tempo
Árbitro
: Maurice Guigue (França)
Local
: Estádio Nya Ullevi, em Gotemburgo
Público
: 50 mil espectadores