Aos 34 anos, Elisângela Adriano conquistou índice para a terceira olimpíada de sua carreira. Nesta sexta-feira, ela venceu a prova do lançamento de disco do Troféu Brasil, em São Paulo, com 59,54m, marcando também o índice B para Pequim. Caso ninguém consiga a marca A (61m) até 20 de julho, a vaga é sua. Depois de um ciclo marcado por lesões, que acabaram por tirá-la de sua principal prova, o arremesso de peso, Elisângela chorou de alívio e emoção no final da competição. "É uma vitória para todo mundo", comemorou.
A trajetória de superação começou em outubro do ano passado, quando ficou constatada uma hérnia de disco. Por causa do problema, ela teve de abandonar as competições de peso, que sempre foi sua prova principal. "Voltei a treinar em janeiro. Fiquei preocupada porque o peso sempre foi a minha prova", confessa. A luta pelo índice no disco exigiu disciplina e controle do próprio estilo pela diferença técnica das duas provas. "No peso você pode usar só a força que vai, no disco não é assim", compara. A agonia durou até a semana passada, quando foi competir no Chile. "E fui péssima", lembra.
Apesar disso, ela chegou confiante ao Troféu Brasil. "A gente esperava fazer o índice aqui". E foi com esta disposição que ela entrou no campo nesta tarde. "Cheguei pensando, hoje sai este índice e saiu". Com o passaporte praticamente carimbado, ela se prepara para uma temporada de treinamentos na Europa. No próximo dia 7, Elisângela embarca para a Espanha onde também participará de duas competições.
Veterana das competições, participou dos Jogos de Atlanta-96 e Atenas-2004, ela será uma das atletas mais experientes na equipe em Pequim. Mas não quer ser a mais velha do grupo. "Espero que a Luciana vá no revezamento para ser a mais velha", brinca. Mas pelo menos em sua prova, a idade não chega a ser um grande obstáculo para bons resultados. "A campeã da última olimpíada tinha 40", lembra. "Isto motiva, mas tem N coisas para se considerar".