Jornal Correio Braziliense

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Liberada, Marta está garantida nas Olimpíadas

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Se entre os homens, a batalha contra os clubes europeus para contar com Kaká e Ronaldinho Gaúcho nas Olimpíadas de Pequim está grande, o mesmo não se pode dizer do feminino. Eleita a melhor jogadora do mundo nos últimos dois anos, a meia-atacante Marta estará com a seleção nacional na busca por uma medalha na China. De acordo com o técnico Jorge Barcellos, a liberação dela e de outras jogadoras que atuam no exterior já está acertada. ;Os clubes não são obrigados a liberá-las, mas eles nos ajudaram. No dia 21 de julho, todo o elenco vai estar completo;, garantiu o treinador. Barcellos, porém, não poderá contar com Marta, além de Daniela Alves e Cristiane nos três amistosos que vai realizar no mês de julho contra Canadá e Estados Unidos. Defendendo respectivamente os times do Umea e do Linkopings, as três atletas estão disputando rodadas do Campeonato Sueco adiadas por conta da partida entre Brasil e Gana no mês de abril, quando a equipe verde-amarela garantiu a última vaga nas Olimpíadas. A permanência das três na Suécia junto com a liberação das Olimpíadas é, na verdade, fruto de uma espécie de ;acordo de compadres; entre a seleção brasileira e os suecos. ;É impossível não as liberarem. Os clubes de fora sempre tiveram a maior boa vontade com a gente e não ofereceram nenhum tipo de problema com qualquer uma das nossas jogadoras que atuam no exterior;, garantiu o treinador. A disputa do Campeonato Sueco de futebol feminino, inclusive, será interrompida no dia 9 e julho e só volta em 25 de agosto, quatro dias depois da final olímpica do futebol feminino. Da lista de 20 convocadas por Barcellos na noite desta quarta, além de Marta, Daniela Alves e Cristiane sairão as 18 convocadas para Pequim. Destas 23 atletas, oito atuam fora do Brasil. Apesar da facilidade de liberação de suas estrelas, Barcellos reconhece que a falta delas nos amistosos contra Canadá e Estados Unidos pode prejudicar o entrosamento. Mas não se abala. ;É sempre complicado trabalhar com o grupo dividido, mas não adianta reclamar, pois este é o calendário. Sempre vamos passar por este mesmo problema e daqui a quatro anos vai ser a mesma coisa. Não há como contestar quando o clube está com a razão;, argumenta o treinador. Barcellos cita os Jogos Pan-americanos e o jogo decisivo contra Gana como exemplos de que a situação pode ser revertida. ;No ano passado, nossas principais jogadoras se incorporaram faltando 15 dias para o Pan e ganhamos. Contra Gana, o grupo treinou junto somente três dias antes e jogou muito bem. Não teremos tantos problemas, já que essas jogadoras jogam juntas há dois anos e se conhecem;, destacou. Depois das partidas na América do Norte, a seleção brasileira de futebol feminino retorna ao Brasil, onde permanece por dois dias. Na seqüência, o grupo embarca para a Suécia, onde fará um amistoso contra o Umea. ;A Marta deve jogar um tempo em cada time;, explica Barcellos. O outro amistoso será contra a seleção da Finlândia. O time chega à China no dia 1 ou 2 de agosto e já fica em Shenyang, onde faz a estréia no dia 6 contra a Alemanha.