Belo Horizonte (MG) - O futebol ficou longe do esperado, mas os jogadores da seleção brasileira reclamaram da atitude da torcida no empate contra a Argentina, no Mineirão. Durante o segundo tempo, foram ouvidas vaias e muitas críticas ao técnico Dunga. No final, até um jogador rival, o meia Messi, foi aplaudido.
;Eu me sinto mal. Deixo minha esposa e filhas para defender a seleção. É uma situação ruim ver 50 mil vaiando o Dunga e aplaudindo o Messi. É só me dizer um lance que o Messi driblou e chutou. Isso é cultural. Você vai ao Paraguai e vemos 50 mil aplaudindo o time da casa;, criticou o lateral-esquerdo Gilberto, um dos mais ofendidos com a reação das arquibancadas.
'Quando o Robinho é substituído em um jogo da seleção no Paraguai ou na Colômbia, não é aplaudido. Ter visto o Messi ser aplaudido por 50 mil brasileiros não foi uma coisa legal', repetiu o camisa seis.
Um dos remanescentes do grupo que disputou o Mundial da Alemanha, o zagueiro Juan deixou claro que não pode exigir o apoio das arquibancadas durante os 90 minutos. Contudo, também achou exagerada a atitude da torcida.
;Já demos uma demonstração de que somos vencedores e fazemos tudo pela seleção. No momento difícil, somos questionados dentro do próprio país;, observou.
Herói da última vitória do ano passado contra o Uruguai, o atacante Luís Fabiano acha que a seleção ainda vai reconquistar as arquibancadas no caminho até o Mundial da África do Sul. ;Os mesmos que vaiaram também vão nos aplaudir;, prometeu o temperamental artilheiro.
Acostumado ao clima de seleção desde a época de jogador, o técnico Dunga foi o principal alvo das críticas. Ele seguiu o exemplo dos seus atletas e também recriminou a posição dos torcedores. Segundo o treinador, equipes com menos tradição contam com ajuda maior dentro do país.
;A torcida paga o ingresso e tem direito de reclamar. Mas jogamos contra o Peru e, mesmo com a equipe deles atrás do marcador, a torcida nunca deixou de apoiar;, comparou o treinador, chamado de burro durante parte dos 90 minutos.