Jornal Correio Braziliense

Superesportes

Petrobras anuncia investimento de 25 milhões no esporte

;

Responsável por bancar quase a metade dos 54 milhões de reais captados pelos projetos aprovados pela Lei de Incentivo ao Esporte no ano fiscal de 2007, a Petrobras anunciou nesta terça-feira que irá ampliar seus investimentos no esporte. Através do programa "Esporte e Cidadania", a petrolífera pretende injetar mais 25 milhões de reais em projetos que visem contribuir para o desenvolvimento da área, seja no nível de alto rendimento, de educação ou de participação voluntária. A idéia é expandir ao esporte a seleção pública de projetos, que já dá cerca de 204 milhões de reais por ano à cultura, graças à Lei Rouanet. "O número de 25 milhões foi estabelecido em função do lucro da empresa, mas isto pode aumentar" afirmou Claudio Thompson, gerente de patrocínios esportivos da Petrobrás. "No Pan, vimos o imenso potencial dos atletas brasileiros e, por isso, decidimos investir. Quantos talentos já não foram descobertos e quantos não poderão integrar futuras delegações do Brasil?", comentou Paulo Roberto Costa, diretor de abastecimento da empresa. Basicamente, o único requisito que um projeto deve cumprir para pleitear a nova verba disponibilizada pela Petrobrás é já ter sido aprovado na Lei de Incentivo ao Esporte. Regulamentada em agosto do ano passado pelo Governo Federal, esta lei promete desconto de 1% do Imposto de Renda para pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas que contribuírem com os projetos aprovados por uma comissão do Ministério do Esporte. Até o momento, o Ministério do Esporte já aprovou 62 projetos, viabilizando a obtenção de 84 milhões de reais, dos quais 54 milhões já foram obtidos. E a Petrobras foi a maior financiadora, liberando cerca de 25 milhões de reais no ano passado para que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) injetasse na fase final da preparação verde-amarela para as Olimpíadas de Pequim - agora, com a injeção de mais 25 milhões, o total de investimentos da companhia no esporte sobe para cerca de 85 milhões de reais. "Este é um projeto virtuoso porque apóia todas as dimensões do esporte, especialmente o lado social e não ajuda somente a parte competitiva, pela qual a maioria das empresas se interessam", comentou o Ministro do Esporte, Orlando Silva. "A Petrobras é uma empresa que dá um formento à Lei de Incentivo. Ninguém melhor que ela, um orgulho do Brasil, para dar maior valor a isso", comemorou. O maior instrumento para evitar irregularidades no uso deste dinheiro é o próprio Ministério do Esporte. "Será criada uma conta específica para cada projeto no Banco do Brasil, que será monitorada por nós. Qualquer irregularidade e ele será bloqueada", destacou Alcino Reis, diretor de programas da pasta. Contando com os novos investimentos, além de patrocínios já firmados, a Petrobrás promete investir entre 80 e 85 milhões no esporte este ano. De acordo com Thompson, a meta é estar todas as regiões do Brasil. "Queremos abranger o máximo possível de lugares. Os recursos da Lei Rounet ficaram um pouco mais concentrados no Sudeste porque é daí que vem a maior parte de projetos que recebemos para analisar, mas vamos tentar estar em todos os lugares", prometeu. Apesar de serem considerados profissionais, clubes de futebol também podem receber o dinheiro, desde que seja somente para investir nas categorias de base. "É o que já fazem o São Paulo e o Atlético Mineiro. O Santos também conseguiu aprovar um projeto agora", observou Reis. O prazo de inscrições para tentar angariar as novas verbas da Perobras vence no dia 31 de julho e a lista dos contemplados será publicada em outubro. "Não há um limite de recursos para cada proposta até porque ainda não conhecemos este mercado direito" explicou Thompson. A expectativa de Orlando Silva é que agora, as empresas privadas também entrem em campo e ajudem no desenvolvimento das diversas modalidades. "Estamos fazendo o que podemos para incentivá-las, através da renúncia fiscal. Agora é hora do setor privado entrar em campo. Creio que investir no esporte é bom para as empresas, porque desconta dos impostos e ainda associa seus produtos a valores positivos", encerrou.