Correio Braziliense
postado em 08/07/2020 08:00
Para quem sofre com unhas encravadas e pés rachados, o período de isolamento se tornou mais um agravante. Em Brasília, as clínicas de podologia não estão liberadas para funcionar, pois são consideradas serviços de estética. E os que lidam com onicocriptose — dores ou inflamações resultantes da unha, que fere a pele — reclamam do problema recorrente.
A podóloga Francisca de Assis Paiva conta que, desde o fechamento do comércio, em março, recebe ligações e mensagens de clientes pedindo socorro nos cuidados com os pés. Atenta, principalmente aos que dependiam da podologia por questões de saúde, ela não deixa de orientar, mas é muito clara quando explica que a pessoa não deve, em hipótese alguma, usar alicates e palitos para mexer nos cantinhos das unhas.
Segundo Francisca, os problemas mais frequentes na sua clínica, a rede brasiliense ProntoPé, são as unhas encravadas e os calos, além das fissuras nos pés por ressecamento. No primeiro caso, as soluções caseiras são limitadas, uma vez que remover ou tratar unhas encravadas sem a devida experiência pode resultar em inflamações e infecções.
Maria de Lourdes Nascimento Pinheiro, podóloga e coordenadora técnica da Doctor Feet, explica que a remoção da pele morta ao redor da unha e o desencravamento dependem não só da experiência, mas também do ângulo pelo qual os profissionais acessam o pé. “De frente, sabemos até onde podemos ir. Quando a própria pessoa mexe, acha que pode remover e perfurar até onde aguenta a dor, mas não é bem assim. Pode ferir, causar descolamento da unha e até pegar doenças por não ter como esterilizar adequadamente o material.”
Muitas vezes, o incômodo inicial até diminui, mas a unha pode quebrar, e pequenos pedaços ficarem dentro da pele. Isso pode ocasionar infecções e outras patologias. O aposentado Tadeu Miguel Osmala, 64 anos, estava acostumado a ir ao podólogo uma vez por mês para tratar a unha encravada. “Já sofri muito. Só indo ao podólogo consigo um alívio.” Por finalmente ter encontrado a solução, não abre mão dos encontros com a especialista. Porém, com o isolamento, Tadeu está há quase três meses sem o tratamento.
Em casa, o aposentado passa a maior parte do tempo de sandália, sem apertar os pés. Tadeu acredita que a liberdade contribui para que a unha fique mais “tranquila”. Com a necessidade apenas de cortar e lixar as unhas de vez em quando, ele conta com o auxílio da esposa e das dicas que a podóloga manda pelo WhatsApp.
Como cuidar em casa
- O corte das unhas dos pés deve ser o mais reto possível.
- Quem tiver dificuldades para cortar reto, pode apenas lixar as unhas.
- Não corte os cantos ou remova a pele acumulada neles.
- Para diminuir o incômodo causado pelas peles em excesso, deixe os pés de molho em água morna três vezes por semana para amolecer.
- Com a pele amolecida, use um palitinho ou espátula para inserir um pequeno pedaço de algodão entre o cantinho da unha e da pele.
- O algodão funcionará como um calço, e suspende a unha que está machucando a prega ungueal.
- A medida é apenas paliativa para os que estiverem sofrendo com dor. Ameniza a situação até que se possa visitar o podólogo.
- As profissionais ressaltam que a espátula ou o palito deve ser apenas para ajustar o algodão, não os use para empurrar a pele ou a unha.
- Hidrate as unhas e cutículas com óleos de semente de uva, amêndoas ou cremes e óleos que tenha em casa.
- A ingestão de vitamina C ajuda no fortalecimento das unhas.
- Evite remover o excesso de cutícula, ela é uma barreira mecânica de proteção da unha e do organismo.
- Para evitar calos, não use sapatos apertados.
- Para evitar fissuras e rachaduras nos pés ressecados, hidrate-o bem. Passe cremes e óleos e use produtos próprios para o tratamento das fissuras.
- Depois de lavar, seque bem o pé e entre os dedos para evitar micoses.
O escalda-pés
- Em uma bacia, misture três litros de água quente, uma xícara de sal grosso e cinco gotas de óleo essencial de lavanda. Coloque os pés e deixe descansar por cerca de 20 minutos. O escalda-pés ativa a circulação sanguínea e linfática, ajuda a reduzir o inchaço e o acúmulo de líquidos no organismo. Não é recomendado para mulheres grávidas, hipertensos ou pessoas com metástases. Pode ser feito uma vez por semana ou a cada 15 dias. Ao terminar e secar bem os pés, finalize com uma boa hidratação.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.