Brendo Ramos Ferreira, 23, biólogo e estudante de mestrado da Universidade de Brasília (UnB) também ia à expedição e se frustrou. "Antes da pandemia começar, tínhamos planos de curto prazo, essa viagem em maio era uma", reclama. A ideia dele era recolher material para escrever seu projeto de doutorado, o qual submeteria no fim deste ano. "Lá, tem uma diversidade de vida marinha muito grande e isso muda muito os microrganismo dali, que é minha área de estudo. Nós íamos estudá-los, extrair DNA", explica.
Com um curso extremamente prático, ele se questiona se as aulas a distância são uma solução eficiente, e lamenta todas as mudanças: "A gente tinha uma rotina, ir pro laboratório, pra aula, encontrar os amigos e, de repente, tudo mudou". Agora, apesar de todas as incertezas, está se aperfeiçoando no Excel e em outros programas, trabalhando no projeto de mestrado: escrevendo, revendo a bibliografia.
E até pensando em outra opção para o doutorado, em fazer outro projeto e, como o cenário, está muito incerto, talvez algo remoto. "A gente vai se moldando de acordo com as condições que vão surgindo", afirma. Para ele, fazer alguns planos, estipular algumas datas, se preparar melhor para alguns processos seletivos, publicar artigos, pesquisar projetos fora do Brasil, é uma forma de se mover.