Existem pessoas tão apaixonadas por animais que abrem conta nas redes sociais para eles. Às vezes, o objetivo do dono é compartilhar os momentos do amiguinho ou até deixá-lo famoso. É claro que, para o bichinho virar uma estrela, precisa tirar fotos e vídeos, mas, dependendo de como é feito, o processo pode trazer malefícios. “É necessário respeitar o tempo, o comportamento e a integridade física dele. Se ele não está bem, não force a foto”, observa Cleber Santos, especialista em comportamento e bem-estar animal.
Segundo ele, para os pet models, intercalação de uma hora de trabalho e trinta minutos (para descanso) é o ideal, principalmente, ter um espaço para as necessidades fisiológicas e outro de lazer. “Esse último espaço é para o cão ou o gato brincar, correr, relaxar etc”, afirma.
Infelizmente, há pessoas que compram ou adotam animais para ganhar dinheiro, afirma o especialista. Às vezes, as fotos e os vídeos chegam a viralizar na internet. “Dependendo, um pagamento de sessão fotográfica de pet custa R$ 5 mil. Então, muitas pessoas usam bichos para lucrar”, diz.
Uma atitude humana que pode trazer consequências ao animal é a famosa síndrome de estrelismo, ou seja, não deixar alguém fazer carinho nele, brincar com ele ou deixá-lo na mesma posição por horas. “O animal pode sofrer de ansiedade, estresse, agressividade e problemas físicos”. Os donos precisam pensar direito antes de expor o bicho a qualquer foto. “Cuidado com os locais escorregadios e altos demais, pois podem se machucar.”
Instapet
A empresária Nathália Keyne Marques Pascoal, 31 anos, conta que sempre sonhou ter Golden Retriever. “Quando a Malu chegou à minha casa, eu nem acreditei. Então, compartilhei a minha felicidade para uma amiga, que sugeriu criar uma conta no Instagram para minha companheira”, diz. Essa semente germinou de forma despretensiosa e os “amigos” foram chegando no perfil (@malumendyretriever). “Ela nasceu para modelar, sempre gostou de fotos, laços e vídeos”, garante, feliz.
Com a rede social crescendo e os seguidores aumentando, elas fizeram os “aumigos” e viraram parte da família. Nesse contexto, chegou a Mendy na casa de Nathália, a outra cadelinha. “Ela é o oposto da Malu: ama cavar, adora uma lama, brinca no mato. É uma verdadeira porquinha em forma de cachorro. Mas, como dizem por aí ‘convivência gera semelhança’ e com o passar do tempo começou a imitar tudo que a Malu fazia.”
Na verdade, elas fizeram o Instagram com o intuito de colocar a realidade do dia a dia sem se preocupar com a frequência das postagens, levando de uma maneira descontraída. “Sempre respeito o limite delas, também tem uma brincadeira antes para gastarem energia e ficarem relaxadas e, assim, os clicks fluem.”
Cliques e disparos
Quando alguém vai fotografar um animal, independentemente da espécie, ele geralmente não gosta, já que é preciso que o bicho fique o mais imóvel possível. Isso não é da natureza dele. É o que observa a médica veterinária Camilla Beccon. “Por isso, a melhor recomendação é fazer, sempre, a sessão de fotos em algum momento de que eles gostem muito, por exemplo, nas brincadeiras ou quando estão quietinhos para fazermos carinho”, sugere.
Isso ajuda a mantê-los menos estressados. Mas, o que não fazer na hora de tirar fotos e/ou vídeos? Não deixe o pet desconfortável. “Sempre que o animal estiver visivelmente inquieto com a situação, é melhor interromper e retomar a atividade mais tarde ou em outro dia”, orienta a graduada da Universidade de Brasília (UnB).
Para facilitar a situação, Camilla dá dicas. “Deixe o cenário pronto para a foto sair melhor, prefira fotos sem flash e em locais bem iluminados, já que o foco no animal fica mais fácil e a foto fica mais nítida.”
Com a possibilidade de ele ficar famoso, fãs podem surgir e o animalzinho pode não entender como responder à reação das pessoas. “O tutor também deve ter atenção sobre isso. Uma sugestão em relação à fama é aproveitar isso em prol da divulgação de abrigos e ONGs, que precisam de ajuda para manter os animais que ainda não têm dono.”
*Estagiária sob supervisão de Taís Braga
Saiba como bombar o seu animal no Instagram
Mantenha o pet e o espaço arrumado
- Para começar, o visual dele tem que arrasar! O lugar em que ele está também deve atrair os olhos de quem visualizar os cliques.
Tire fotos maravilhosas
- É hora de deixar o fotógrafo que existe em você soltar a criatividade. Siga-o para lá e para cá e registre cada momento. Use aplicativos para editar fotos. Evite usar o flash, para não deixá-lo incomodado.
Adote uma linguagem divertida para as postagens
- Lembre-se: embora você faça os posts e os stories, é o parceiro que deve “falar” nas legendas e interagir com os fãs.
Divulgue o Instagram
- Entre em grupos voltados para pets no Facebook, participe de eventos e siga perfis de outros animais no Instagram. Outra tática é seguir os seguidores dos pet influencers. Ao receber a notificação, eles podem se interessar pelo seu profile e seguir de volta!
Fonte: DogHero, plataforma on-line que conecta donos de cachorros a pessoas que oferecem serviço de hospedagem ou passeios aos cães.