Por outro lado, Juliana Araújo, 23, e Augusto Elias Teixeira, 28, viram no isolamento a possibilidade de passar um tempo de qualidade juntos. “Não vemos isso como um desafio, e sim como uma possibilidade única e bem legal de termos mais tempo juntos, considerando que, no dia a dia, geralmente, não temos essa chance para aproveitar devido ao trabalho e demais atividades que fazemos”, explica ele.
Casados e morando juntos desde 19 de março deste ano, o engenheiro civil e a estagiária de engenharia civil preferem não determinar as atividades de cada um, mas, sim, partilhar os cuidados com a casa, em um esquema onde os dois fazem de tudo — e tem dado muito certo!
Além da rotina de manutenção do lar, eles costumam assistir a séries e passaram a meditar antes de dormir e praticar exercícios em casa juntos. “Acredito que as atividades de lazer feitas conjuntamente são uma ótima opção para manter a sanidade mental”, explica Juliana.
O casal aproveitou a nova situação para deixar de lado o hábito de sair para comer — pelo menos por um tempo — e implementaram uma nova atividade a dois: dividir a cozinha para preparar as refeições.
Todos esses cuidados visam manter um convívio prazeroso e respeitar o isolamento, que consideram necessário para minimizar os efeitos da transmissão. “Porém, não podemos esquecer que nem todos têm a possibilidade de se isolar sem algum efeito colateral. Por isso, teria que haver uma organização melhor das atividades em cada área para seu devido funcionamento sem paralisação total”, complementa o engenheiro.
Os recém-casados resumem o primeiro mês como um momento ótimo para os dois, de aprendizado sobre costumes diferentes e respeito dos espaços e opiniões, onde se conhece melhor a pessoa que escolheu para dividir a vida e as alegrias.
Comunicação não violenta
Técnica desenvolvida por Marshall Bertram Rosenberg é uma forma de expressar desejos e necessidade por meio de uma linguagem eficaz, empatia e compassiva
Observação: Ficar atento às ações, assuntos e posturas catalisadoras de discussão. Essa observação não deve ser apenas quanto ao outro, mas sobre si mesmo. Além disso, a análise deve atentar a fatos, e não em interpretações deles.
Sentimento: Ao analisar o que está causando conflito, perceba qual sentimento a ação gera em você: medo, angústia, incapacidade? Assim, você tira a responsabilidade do outro e olha para si, fazendo com que a conversa seja menos acusativa e mais resolutiva.
Necessidade: Ao detectar catalisadores e os sentimentos provocados por ele, é hora de pensar quais são os seus desejos diante da situação, de modo a pedir isso ao companheiro.
Pedido: O parceiro (a) deve comunicar o que espera do outro de forma leve. O tom e a forma de falar são importantes. É mais fácil conseguir a cooperação pedindo, do que mandando, que pode parecer uma maneira grosseira.
Exemplo prático: O parceiro se irrita ao encontrar a pia cheia de louça. Em vez de falar: “Você nunca me ajuda em nada” (acusação), pode falar: “Eu me sinto sobrecarregado (a) durante esses dias, você poderia me ajudar lavando a louça?” (pedido). Isso seria importante para mim”. Ou seja, apresentar um desejo, baseado no sentimento, tem maior chance de surtir efeito, do que baseado na acusação.