Akhetaton era uma cidade do antigo Egito, construída, assim como Brasília, para ser centro político do país. No livro Brasília secreta — Enigma do Antigo Egito, a egiptóloga Iara Kern e o professor Ernani Figueira Pimentel comparam as duas capitais.
Na parte arquitetônica, um dos aspectos mais explorados por estudiosos, entusiastas, místicos, numerólogos e espiritualistas é a enorme quantidade de pirâmides e formas triangulares encontradas em Brasília, o que demonstra, no mínimo, uma forte influência da antiga arquitetura egípcia no mundo atual.
A Ermida Dom Bosco, a pirâmide da CEB (atualmente demolida), a Torre de TV, o Templo da Boa Vontade são alguns exemplos nos quais se identifica o clássico formato piramidal. Já em outros prédios, as formas são mais sutis, mas não menos numerosas. O Teatro Nacional, a maior construção piramidal da cidade, é comparado à Grande Pirâmide de Kéops, e é um dos monumentos onde a cumeeira, ou seja, o ápice, não aparece. Esse tipo de construção era comum nas antigas civilizações: eram deixadas inacabadas, com o significado de que apenas Deus é completo.
Nas comparações arquitetônicas, Iara e Ernani vão ainda mais longe: no livro Brasília Secreta lê-se: “Como no Antigo Egito quase tudo era subterrâneo, em Brasília muitos templos igrejas e edifícios são subterrâneos”. Essa tradição foi, apenas em parte, quebrada por Akhenaton. Em sua cidade, o faraó, crente no Deus Sol como deus único, criou o seu templo religioso mais importante aberto aos raios solares.
Ernani explica que a catedral segue o mesmo princípio. Apesar de ter a entrada por um túnel escuro, e possuir áreas subterrâneas ligando a cúria, a sacristia e o batistério, possuía, antes de sua revitalização, vidros transparentes, que permitiam a entrada dos raios solares. “No Egito, em toda a sua história, os templos eram construídos de maneira que a parte mais sagrada fosse subterrânea, todos os templos eram assim. Em Akhetaton, o templo era aberto ao Sol, contrário a todos os outros templos do Antigo Egito. E aqui, em Brasília, o templo é a Catedral. Ela é aberta ao Sol. Então, essas são semelhanças muito fortes”, completa o professor.
Iara e o professor Ernani relacionam as 12 esculturas dos apóstolos na entrada da Catedral Metropolitana aos antigos deuses egípcios, que sempre eram representados em grandes esculturas nas entradas das construções religiosas do Egito.