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Cuidados com as crianças

Saiba como o coronavírus se compara ao vírus sincicial respiratório (VSR), comum nos primeiros anos de vida. As duas enfermidades têm sintomas semelhantes a um resfriado

Quando se trata de doenças respiratórias, dado o cenário atual, é quase impossível não pensar na pandemia da Covid-19, nome da doença causada pelo coronavírus. Mas, em bebês e crianças, existe uma outra preocupação. Um vírus que também acomete as vias respiratórias e é altamente contagioso: o vírus sincicial respiratório, chamado VSR. Tanto o coronavírus quanto o VSR abalam o corpo com febre, coriza, tosse e dificuldade para respirar, que pode evoluir para um quadro mais grave. 

A novidade que colocou o mundo em alerta trás preocupações óbvias. O que um surto do tipo acarreta para bebês e crianças? Apesar dos vírus respiratórios serem comuns na infância, ainda não há evidências de que eles estão mais propensos a terem Covid-19 do que os adultos.

Teorias reforçam essa ideia, mostrando que as crianças estariam sendo mais poupadas dos sintomas, podendo apresentar sinais brandos e febre leve. Mas, justamente por apresentarem uma infecção mais silenciosa, elas estão entre as principais fontes transmissoras, segundo relatório do World Journal of Pediatrics. Os responsáveis devem ficar atentos ao tema da prevenção, para ajudar na saúde geral das crianças pequenas e de grupos de risco. 

Por outro lado, o VSR é considerada uma enfermidade muito comum. Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que quase todas as crianças terão tido contato com o vírus aos 2 anos de idade. A recuperação normal costuma levar de uma a duas semanas.

Mas também é bom ficar atento. Renato alerta que o VSR é um dos principais agentes de infecção aguda das vias respiratórias inferiores --- situação similar a do coronavírus. É a principal causa de bronquiolite e pneumonia. E é problema de saúde pública: uma em 10 crianças precisará ser hospitalizada. O VSR é assunto sério para bebês prematuros; a doença é fatal para 4% deles.

O VSR também não tem vacina. A solução é a imunização feita por meio da aplicação de anticorpos artificiais, que é exclusiva para grupos de risco. A medida está disponível no Sistema Único de Saúde e em redes credenciadas dos convênios. A temporada de imunização contra VSR no Distrito Federal coincide com o agravamento da Covid-19 no país, neste mês de março.

*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte