Na semana passada, aconteceu a cerimônia de posse da nova secretária Especial da Cultura, Regina Duarte, e resolvi aceitar o convite que chegou em meu nome, na Embaixada da Paz. Poucos colegas de profissão estavam presentes na cerimônia e percebi que o fato de eu ter aceito convite iria me colocar na berlinda, o que de fato aconteceu.
O trabalho que venho desenvolvendo como embaixadora da Paz me leva a diferentes espaços, onde tenho a oportunidade de estabelecer um diálogo com lideranças de todas as ideologias políticas, o que me agrada imensamente. Minha atuação foi, é e continuará sendo suprapartidária.
Num momento histórico tumultuado como o que estamos vivendo, a possibilidade de exercer uma influência conciliadora me parece a atitude mais correta a seguir e, mesmo prevendo possíveis mal-entendidos e até ataques pessoais, sustentei com firmeza minha decisão de me manter à disposição das forças pacificadoras em ação.
Regina fez um discurso contundente, sinalizando que compartilha comigo a certeza de que o caminho do diálogo é mais promissor que o do embate, e me deixou esperançosa de que exercerá em seu novo cargo a tarefa imprescindível de garantir que a cultura exuberante de nosso país seja preservada, respeitada e estimulada.
A arte não é de direita nem de esquerda, a arte é plural. Todo brasileiro, independentemente de suas crenças, de sua raça, de seu gênero ou inclinação política, tem o direito de expressar-se por meio desta ferramenta fundamental. A cultura sustenta a identidade de um povo, e a riqueza da nossa cultura precisa permanecer intocável.
O termo que ela escolheu em seu discurso foi bastante apropriado: “Missão”! Em suas palavras: “Regina Duarte se apresentando para a missão.” E seguiu dizendo que seu propósito é pacificar, criar espaço para o diálogo.
Ela está em perfeitas condições de fazer isso. Tem profundo conhecimento de causa, afinal dedicou sua vida à arte e, além do carinho e da admiração do povo brasileiro, tem sua confiança. Está claro que Regina Duarte é uma mulher talentosa e bem-intencionada.
Que os deuses do teatro a protejam!