O maranhense Romulo Estrela fez a estreia nas novelas em Da cor do pecado (2004). Depois, anualmente, assumiu um trabalho atrás do outro na tevê. O grande papel da carreira foi o protagonista Afonso, em Deus salve o rei. Logo após o fim da trama, emendou uma participação na segunda temporada de Ilha de Ferro, do Globoplay, até que foi convidado para integrar o elenco de Bom Sucesso, na pele de Marcos, que se apaixona pela protagonista Paloma, vivida por Grazi Massafera.
Esse é o primeiro personagem contemporâneo de Estrela após as novelas Deus salve o rei (2018), Novo mundo (2017), Liberdade, liberdade (2016) e Além do tempo (2015). Até por isso, é possível notar similaridades do ator com o papel. ;Acho que temos coisas em comum: a alegria de viver, o bom humor e a obstinação;, conta, em entrevista ao Correio. Além disso, ator e personagem compartilham a paixão pelos livros. ;A leitura faz parte da minha vida. Acredito que a literatura é imprescindível para o nosso desenvolvimento intelectual e social.; Confira a seguir entrevista com o ator!
Entrevista // Romulo Estrela
Como foi essa transição entre Deus salve o rei e Bom Sucesso, personagens e novelas tão distintas?
Antes de começar a me preparar para Bom Sucesso, gravei a segunda temporada da série Ilha de Ferro, e, antes da série, assim que a acabou a novela Deus salve o rei, participei de um master class com o Juan Corazza, diretor de teatro, preparador de atores e também diretor do Estúdio Corazza em Madri. Foi um estudo que ajudou bastante no aprimoramento do meu trabalho e na desconstrução do personagem Afonso, consequentemente. Estava ansioso por um trabalho contemporâneo depois de tanto tempo fazendo trabalhos de época.
Como você se preparou para viver o Marcos? Se inspirou em alguém para construir o personagem?
Marcos é um cara solar, bem-humorado, leal aos seus quereres e ideias. Ele é apaixonado pela literatura, um amor que passou de pai para filho. No fim, a própria literatura me ajudou na construção do personagem. Peter Pan e a vida na Terra do Nunca, por exemplo, é uma referência forte. Marcos acredita no agora e na completa liberdade de se fazer o que tem desejo.
Como você vê o romance de Marcos com Paloma?
A Paloma despertou no Marcos um sentimento diferente, mais profundo, algo que é novo pra ele. Movido por esse sentimento, ele vai investir nessa relação.
Marcos tem um núcleo interessante, que envolve o mundo dos livros. Você é uma pessoa que gosta de ler? O que tem lido recentemente?
A leitura faz parte da minha vida. Acredito que a literatura é imprescindível para o nosso desenvolvimento intelectual e social. Reavaliei isso depois que meu filho nasceu. Hoje estou lendo ao mesmo tempo Até o fim (Harlan Coben), Psicopatas do cotidiano (Katia Mecler) e O cérebro no mundo digital (Maryanne Wolf).
A novela Bom sucesso tem sido bastante elogiada pela leveza de temas e pela positividade em falar sobre vida e morte. Para você, qual é a importância de uma narrativa mais leve no tempo em que vivemos?
Acho, antes de tudo, que não podemos esquecer que um trabalho como esse dialoga com um público muito diverso. Entendo ser prudente pensar que, se queremos atingir o maior número de espectadores, que seja com uma linguagem leve e positiva sem deixar de ser profunda e crítica. O horário das 19h na Globo tem por natureza essa característica. Me agrada muito contar uma história assim.
Além da novela, você poderá ser visto na segunda temporada de Ilha de Ferro. O que podemos esperar do seu personagem?
Na primeira temporada, houve uma pequena participação do grupamento de mergulhadores de combate da Marinha, o que elevou o nível de adrenalina da série. Na segunda temporada, volto no papel de um capitão tenente, chefe desse grupamento, o Ramiro. Ele se encanta pela Julia, personagem da Maria Casadevall, e a pedido dela decide ajudar o Dante. Acontece que, ao fazer isso, ele revive uma parte sombria do passado.
Você apareceu pela primeira vez na tevê em Da cor do pecado. Como foi o seu início na carreira? Em que momento começou a se envolver com as artes cênicas?
Sempre fui apaixonado por cinema e acho que, de alguma forma, isso sempre influenciou minha estética em relação às coisas. Eu comecei a estudar dramaturgia depois de fazer um pouco de publicidade. Senti que era isso que eu queria fazer, que era essa a profissão que eu queria seguir. Tive o apoio incondicional dos meus pais, e isso fez toda a diferença.
Você compartilha bastante nas redes sociais o seu dia a dia com o seu filho. Como é conciliar a carreira com a rotina familiar?
Gravamos todos os dias, a demanda da novela é grande. Faz parte da rotina desse trabalho esse ritmo mais intenso. Mas quando não estou gravando, eu estou com eles. Estar com meu filho e minha esposa é a melhor maneira de recarregar minhas energias para começar bem uma semana de trabalho.