De origem francesa, os poodles são cães populares desde a aristocracia europeia. Por vezes rotulados de ;raça de apartamento;, ganharam fama pela linda pelagem encaracolada, sagacidade, facilidade de adaptação e lealdade ao tutor. Como têm muita energia, adoram brincar e correr a todo momento. Darwin Souza, adestrador comportamentalista da Tudo de Cão, salienta, entre as principais características dos poodles, a longevidade, sendo comum casos de cães que chegam a viver 18 anos.
Engana-se quem pensa que, para cuidar de um poodle, é preciso espaços amplos. Na verdade, essa raça conta com uma diversidade de tamanhos que chega a impressionar. De acordo com classificação da Confederação Brasileira de Cinofilia, existem quatro portes de poodle: o toy (de 2kg a 3kg), o anão (de 4kg a 10kg), o médio (de 11kg a 25kg) e o gigante/standart (até 32kg). Segundo os especialistas, independentemente do tamanho, eles costumam ter características similares.
Darwin explica que os portes mais procurados são os pequenos. ;Os criadores costumam cruzar as menores fêmeas com os menores machos da ninhada para que gerem filhotes do mesmo tamanho deles. Esses cães menores acabam tendo uma aceitação maior.;
Por morar em um apartamento, essa foi a escolha da professora de educação física Dione Arenhart, 49 anos, que optou por ter uma poodle toy como mascote há sete anos. ;Adotamos um cachorrinho quando meu pai estava doente. Vivíamos um momento triste, e a Nina veio para trazer alegria. Achei um lugar que criava poodles mini. Os irmãos dela são ainda menores;, conta.
Fiéis e facilmente adestráveis, os poodles costumam viver como verdadeiros membros da família, como constata Dione. ;A Nina é grudada em mim. Quando saio por muito tempo, deixo uma peça de roupa com meu cheiro. Mesmo assim, ela sente falta. Quando é muito contrariada, fica pirracenta, faz xixi e cocô onde sabe que não pode. Já ouvi falar de outros poodles que têm esse mesmo comportamento. Ela é muito inteligente;, destaca a professora.
A consultora de raças e cuidadora de pets Corina Drumond explica que essas características podem diferenciar os cães de porte pequeno dos demais, principalmente por conta da criação. ;O que acontece com os toys é que temos a tendência de humanizá-los de tal maneira que não proporcionamos uma sociabilização quando filhotes. Por isso, ficam mais medrosos, inseguros. Então, eles vão latir mais e morder mais.; Para evitar este tipo de comportamento, a especialista ressalta que é importante o convívio com o mundo externo e outros pets, além do auxílio de um especialista em educação de cães, se necessário.
Antídoto para a dor
Pipo Pipoca foi adotado em uma época que enfrentava as dores de uma recente perda. ;Resolvi ter um cachorro e busquei por ONGs da minha cidade na internet. Cliquei na primeira que apareceu. Sua história me cativou assim que li. Ele estava deprimido, pois seu dono havia morrido havia mais de um mês. Ele chegou em um momento em que eu também estava em depressão;, conta Monique Estevam, 32, graduada em ciências biológicas.
A tutora hoje gerencia o perfil @caodoguinho, no Instagram, onde compartilha as fofuras e as artes de Pipo Pipoca, que, por sinal, se chamava Billy e foi rebatizado porque adora pular. Monique garante que, com o poodle, você encontrará um companheiro inseparável, carinhoso e bastante ativo. ;Na verdade, ele é uma mistura, mas sobressai o poodle. É muito dócil, carinhoso e ativo. Já viajei e ele ficou com meus pais. Ele até ficou bem, mas, quando voltei, até perdeu o ar. Assim que chego, ele gruda no meu colo e não sai mais.;
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte
De olho nas patologias
Entre as doenças recorrentes em poodles, as que mais chamam a atenção são as que afetam a visão e audição. ;O que mais vejo são casos de otite, uma inflamação no ouvido que é bem recorrente nos poodles, e as cataratas, que podem deixá-los cegos. Outra característica comum são as lágrimas ácidas, que formam manchas na região perto dos olhos;, explica o adestrador Darwin Souza. Para todas essas disfunções, é necessário um acompanhamento com veterinários e seguir tratamentos com medicações indicadas.