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Um problema feminino

Por conta da anatomia, as mulheres correm 50 vezes mais risco de contrair infecção urinária. Conheça os tipos mais frequentes

Elas são as principais vítimas de infecções urinárias, um problema que pode mascarar outras doenças e ter graves consequências caso não tratadas. Divididas em dois tipos ; cistites e pielonefrites ;, elas se caracterizam pela presença de agentes infecciosos no trato urinário. A cistite é a mais comum e acomete grande parte das mulheres, ao menos uma vez na vida.

Estudo feito pelo Ministério da Saúde mostra que elas correm 50 vezes mais risco de contrair a doença do que os homens. Os principais motivos para a diferença tão grande são anatômicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBU/SP), cerca de 80% das mulheres vão ser acometidas pela cistite pelo menos uma vez na vida, e cerca de 20% a 30% das pessoas apresentam cistite recorrente ; identificada pela presença de dois ou mais episódios em um período de seis meses, ou três ou mais em um ano.

Maria Letícia Cascelli, médica nefrologista e diretora da Clínica de Doenças Renais de Brasília (CDRB), menciona a importância de fazer uma investigação. Mulheres com infecções recorrentes podem ter malformações e alterações anatômicas que as deixam mais predispostas às infecções. Podem também ser sinais de outros problemas, como cálculo renal.

Muitas vezes, ao não ser tratada, a cistite pode se tornar pielonefrite. Porém, existe a possibilidade de que passe despercebida ou que a infecção se inicie diretamente nos rins. A médica explica, ainda, que existem muitas informações sobre as infecções urinárias que não são comprovadas em estudos, porém também não há evidências que as refutem.

Por exemplo, para mulheres que apresentam muitas infecções e não são encontradas causas no organismo, é recomendado o consumo de cranberry e de probióticos, que esvaziem a bexiga com mais frequência durante o dia. Também elas são orientadas a não deixar calcinhas em boxes de banheiro ou em outros ambientes úmidos, e até a urinar após ter relações sexuais.

;Nas pessoas que continuam apresentando infecções com frequência, lançamos mão desses cuidados, que entram como espécie de profilaxia, mesmo que ainda não existam estudos comprobatórios.;