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Usar ou não esmaltes? Empresas têm buscado retirar do produto substâncias que podem ser nocivas à saude

Por Ailim Cabral

Pintar as unhas semanalmente é um hábito comum para a maioria das brasileiras. Porém, a presença de substâncias tóxicas nos esmaltes tem afastado algumas mulheres do costume, seja por escolha, seja por apresentarem reações alérgicas aos compostos do produto.

As substâncias consideradas mais nocivas são o formaldeído, conhecido como formol, o tolueno e o dibutilftalato, abreviado de DBP. Em grandes quantidades, elas são nocivas à saúde e podem causar até mesmo câncer. Porém, nos vidrinhos de esmalte aparecem em pequenas quantidades.

Segundo a dermatologista Tatiana Gabbi, assessora do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), não há estudos que comprovem que a medida usada nos esmaltes desses elementos possa causar danos à saúde. ;Os riscos não são provados, e é complicado assustar as pessoas sem comprovação;, explica. Tatiana acrescenta que essas substâncias também são usadas em outros produtos de beleza e que, nas quantidades existentes, também não há relatos de que causem problemas.

A médica ressalta, porém, que crianças não devem usar esmaltes. Alguns dos compostos químicos podem agir como disruptores endócrinos, ou seja, são percebidos como hormônios pelo organismo e acabam por desencadear reações. No caso de adultos, a possibilidade é menor, mas os pequenos, que estão em fase de formação, são mais suscetíveis a alterações hormonais.

Apesar da ausência de provas concretas dos possíveis malefícios, muitas consumidoras e a própria indústria têm buscado diminuir ao máximo a presença de tais elementos nos produtos. Existem diversos esmaltes que fazem parte do movimento ;free from;, ou seja ;livre de;. Há no mercado produtos livres de três, quatro, cinco ou até mais substâncias que podem ser nocivas ao organismo e ao meio ambiente.

Além disso, os esmaltes contam com solventes, que podem agredir a queratina da unha, deixando formas esbranquiçadas. Isso acontece, principalmente, quando o esmalte é deixado por muito tempo ou quando não são feitas pausas entre as esmaltações.

Mesmo existindo alternativas com menos substâncias nocivas, há mulheres que optam por uma vida sem esmaltes. Muitas delas tiram a cutícula, lixam e cortam as unhas com cuidado, mas escolhem não esmaltar.

E as alergias?

Cristina Paula Salaro, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia ; Regional Distrito Federal, explica que as pessoas não são alérgicas ao esmalte em si, mas podem apresentar reações a alguns dos componentes presentes, como o formol.

Na alergia, os sintomas costumam ser vermelhidão e coceira nas pálpebras superiores, no pescoço e no rosto. Cristina explica que, quando existe a suspeita, é recomendado fazer testes para descobrir à qual substância a pessoa apresenta reação, uma vez que elas podem estar presentes em outros produtos.

Nesses casos, os esmaltes hipoalergênicos são recomendados como opção, mas nem sempre são a solução. Cristina explica que um estudo publicado em 2016 nos arquivos brasileiros sobre dermatologia mostrou que, em 25 marcas de esmaltes hipoalergênicos, 60% ainda apresentavam componentes com potencial para desencadear alergias.


Linha Liquid Sand, da Bela Brazil (Preço sob consulta)
Os esmaltes são livres de tolueno, formaldeído e DBP.


Linha Muitas de Mim, da Risqué (R$ 4,90, cada)
Todos os esmaltes da marca são hipoalergênicos.


Coleção Grandes Sucessos, da Colorama
Todos os esmaltes da marca são 4 Free, livres dos quatro principais agentes causadores de alergia: formaldeído, dibutilftalato, resina de formaldeído e cânfora.


Coleção Quarteto Compositoras, da Granado
Os esmaltes fortalecedores são enriquecidos com vitamina E, cálcio e proteína da seda. Não contêm tolueno, parabenos, formaldeído, cânfora e DBP ; ingredientes que podem causar alergia e ressecamento das unhas.
Unhas saudáveis
  • Caso não queira abrir mão da esmaltação, prefira esmaltes da linha ;free from;.
  • Faça pausas de pelo menos dois a três dias entre a esmaltação das unhas das mãos.
  • No caso dos pés, a podóloga da Doctor Feet Cristina Lopes, indica que o intervalo seja maior devido ao tempo que os pés ficam fechados nos sapatos.
  • Não tire as cutículas, elas funcionam como proteção das unhas.
  • Para remover, evite a acetona, prefira removedores sem a substância.
  • Hidrate as unhas constantemente.