Foi na universidade que Rafaela Gravia, 26 anos, e Eduardo Lavocat, 26, se conheceram. Na época, ela cursava arquitetura e ele, engenharia civil, na Universidade de Brasília (UnB). Como tinham um amigo em comum, se conheciam de vista, mas a relação não passava disso. ;Não começamos com o pé direito. Para falar a verdade, eu não era muito simpático e, das vezes que me viu, ela não teve uma boa impressão;, admite Eduardo. Foi assim até eles se conhecerem melhor em uma festa. Depois disso, saíram várias vezes, e a antipatia inicial deu lugar a um amor de faculdade. A data em que começaram a namorar é pra lá de especial: o Dia dos Namorados.
Mas a falta de perspectiva de trabalho em Brasília motivou Eduardo a dar sequência à carreira e aos estudos em outro estado. Formado, iniciou um mestrado em Campinas, no fim de 2015. Hoje, ele mora na cidade de São Paulo, prestando consultoria na área de engenharia civil. Rafaela ficou em Brasília, onde abriu um escritório de arquitetura. Eles reconhecem que as respectivas ocupações proporcionam perspectiva de crescimento profissional e que o momento é de correr atrás das carreiras que querem construir. O que poderia dar errado e ser mal compreendido é razão de felicidade e de apoio mútuo.
Embora longe um do outro, Eduardo e Rafaela tentam não fazer da distância um empecilho. Confiança, companheirismo e parceria são ingredientes chave nesse processo. É preciso trocar experiências mesmo longe, falar o que tem para falar. ;É aí que moram os problemas em um relacionamento a distância, porque resolver os probleminhas que fazem parte da rotina não é a mesma coisa quando se está longe;, ela pondera.
Na ponte aérea
Para Rafaela, ficar por dentro do dia a dia do companheiro é indispensável para manter o compromisso saudável. ;Manter uma relação dessas com uma pessoa que não sabe nada do que está acontecendo com a outra passa a ser ruim. Se não houver diálogo, começa a perder a conexão com o dia a dia do outro;, conta. A forma que encontraram de superar os problemas sempre foi dormir bem um com o outro. As coisas devem estar bem esclarecidas, nunca deixam uma crise para resolver no dia seguinte. ;Nem que fiquemos até as 3h da manhã;, acrescenta Eduardo.
Os dois conseguem fazer a ponte Brasília-São Paulo com certa frequência e se encontram a cada 20 dias, em média. Mas, para as viagens acontecerem, precisam se organizar. Eles contam que existe uma dificuldade em conciliar as agendas, além de estarem sempre atentos aos preços de passagem.
Focados nas carreiras que vêm construindo, Eduardo e Rafaela pensam em continuar morando distantes pelos próximos meses. Mas, daqui a dois anos, no máximo, os planos são para que Eduardo retorne a Brasília. ;Pensamos a longo prazo. Nosso relacionamento não é só um namoro, mas algo que entendemos que possa ser duradouro;, ele garante.