Há quem, já neste Natal, esteja vivendo uma experiência completamente nova, provando que a vida é agora; e a passagem do ano, apenas uma forma de contar o tempo. E a celebração ganhará um toque especial. Conheça a história de pessoas que esperam muito de 2019, mas que guardarão 2018 na memória como um ano que marcou grandes ; e maravilhosas ; mudanças na vida.
Finalmente uma família!
Este Natal vai ser diferente tanto para a funcionária pública Renata Pereira, 44 anos, e o marido, o analista de sistemas José Bernardo Filho, 45, quanto para os quatro filhos. É a primeira ceia com os seis reunidos. Adotados este ano, pela primeira vez, vão passar o Natal juntos. ;Antes, era sempre a celebração do casal. Agora, é realmente da família;, comemora José. ;Estamos há mais de 20 anos juntos e era hora de darmos esse passo para sermos uma família;, completa Renata.
Ela conta que é a primeira vez que a casa recebe a decoração de um pinheiro de Natal. É pequeno, mas orgânico e rodeado de amor. ;Antes, não tinha graça montar um. Fizemos juntos e cada uma das crianças pintou um lado do cachepô;, mostra. No abrigo, elas também não montavam árvore de Natal. Portanto, é a primeira vez de toda a família.
Os quatro contam que, até o ano passado, faziam uma ceia na noite de Natal com as outras crianças com quem moravam. A mulher que cuidava deles fazia frango. Mas eles admitem que nem sempre ela tinha disposição para dar o seu melhor na cozinha. Agora, com os pais, as festas não se resumem à véspera do dia 25. Durante todo o mês de dezembro, a família teve confraternizações para se divertir. Teve a do trabalho da mãe, a do serviço do pai, a dos colegas de faculdade.
No abrigo, recebiam alguns presentes: bicicleta, boneca e até tablet. Lá, aprenderam a dividir tudo com os outros moradores. Com tanto uso, os brinquedos se estragavam rápido, mas eram muito bem aproveitados. Em casa, Renata e José querem ensinar educação financeira e paciência. Para isso, estipularam um preço para os presentes de Natal. Quem quiser algo mais caro deve esperar até o Dia das Crianças e o aniversário para juntar mais dinheiro. ;Nós não queremos que eles sejam muito consumistas porque nós mesmos não somos;, ressalta Renata.
Desafios diários
Com parentes vivendo em Minas Gerais, os seis estiveram no estado no mês passado. Lá, houve uma festa de boas-vindas para as crianças e elas conheceram boa parte da família. Já a ceia de Natal será com os amigos, aqui em Brasília. Tradicionalmente, há sempre o momento da meditação durante a comemoração.
A meditação foi incluída na rotina das crianças desde que começaram a pernoitar com os pais. ;Nós fazíamos um ritual, com lava-pés e tudo. No início, de repente, estava um com o pé na bacia do outro e era uma bagunça, mas depois se habituaram;, relembra a mãe. Meditar com criança é um desafio, mas, aos poucos, elas pegam o jeito.
Na realidade, toda a família passa por desafios diários, para criar vínculos e colocar limites com amorosidade. ;Nós estamos desenvolvendo a nossa linguagem. Estamos definindo juntos como vai ser a dinâmica, mas sempre com muito carinho;, diz Renata. E, neste Natal, no próximo ano e sempre, a vida deles está transformada. Para melhor. Uma das crianças pergunta se a vida do casal era boa antes deles. É claro que era, mas se tornar seis foi um salto importante para eles.
Como os nossos pais
Rândyna não esconde a ansiedade para o grande dia. Nas redes sociais, as fotos de um ensaio natalino fazem a contagem regressiva para a data. Para a advogada, o Natal é quase tão esperado quanto foi Samuel. Casada há dois anos, ela conta que sonhava em ser mãe, mas não conseguia engravidar. ;A gente foi fazer uns exames, tive que iniciar uma investigação e, ao longo do processo, consegui engravidar. Então, tudo o que eu vivo com ele é muito novo para mim, muito mágico.;
No Natal do ano passado, Samuel ainda estava na barriga de Rândyna. Este ano, ela vai fazer uma ceia em casa e fez questão de incluir o bebê nos momentos de decoração. ;Desde a barriga, colocava música de Natal para ele. No dia de montar a árvore, eu o coloquei sentadinho do lado, e ele ficou mexendo nos enfeites;, relata.
Rândyna conta que o Natal sempre foi uma data especial para ela. Uma coisa que herdou dos pais e hoje tenta passar para o filho. ;Sou daquelas que passa o ano esperando o Natal. Gosto de coisas bem tradicionais. Para mim, é uma data de muita importância, é quando você senta e faz uma retrospectiva do ano. É tempo de agradecer, e é isso que eu quero passar para o meu filho.;
A advogada afirma que o Natal era um momento diferente para a família. Ela destaca que, quando criança, a festa no fim do ano era uma oportunidade que ela tinha de ter acesso a diferentes tipos de comida. ;O Natal era uma época em que a gente tinha um lazer sem culpa, em que o meu pai e a minha mãe podiam gastar e comprar um presente para a gente. Minha mãe se esforçou muito para criar isso entre nós;, recorda.
Até hoje, Rândyna lembra do pai colocando Elvis Presley na vitrola, bem cedo, no dia 24, para iniciar os preparativos para o Natal. A advogada destaca que é o mesmo clima, de comunhão e família, que ela quer proporcionar ao filho. ;Eu sei que ele não vai lembrar, mas quero que ele fique com essa lembrança positiva, mesmo inconscientemente.;
Lar, doce lar
Hevelyn é casada há seis anos. O casal morava na casa da sogra dela, no Recanto da Emas, mas há sete meses adquiriram uma casa só para eles. Um motivo perfeito para poder convidar todos para passar o Natal juntos no novo endereço da família.
A ansiedade é inevitável. Hevelyn garante que os preparativos estão a todo vapor e define o momento como ;correria;. Para a nova experiência, ela não podia deixar de contar com a ajuda dos convidados. ;Combinamos de cada um trazer um prato. Umas pessoas vão trazer rabanada; outra, salpicão; e eu fiquei com o básico, com as comidas mais tradicionais da ceia;, comenta.
Preparativos
No cardápio, pudim, rabanada, farofa, entre outros pratos, que prometem deixar a noite deliciosa. Serão cerca de 22 pessoas celebrando a data juntos. Entre eles, familiares, afilhados e até os vizinhos do casal. Hevelyn afirma que a casa não é muito grande, mas, sem dúvida, espaço e aconchego não vão faltar.
Hevelyn ainda diz que fez questão de trazer o clima de Natal para dentro do lar. Enfeitou a casa e comenta que pretende proporcionar um ambiente acolhedor, bem natalino, principalmente para o filho. ;Ele fez 4 anos, provavelmente este será o primeiro Natal de que vai lembrar. Eu estou bem ansiosa. Quando eu era menina, nunca tive um Natal do jeito que eu quero que meu filho se lembre. A casa é pequena, não deu para colocar muitos enfeites, mas fizemos o básico;, ressalta.
Para ela, os preparativos vão além da nova casa e de receber os amigos. Hevelyn destaca que o Natal é uma data especial, que jamais deve ser passada em branco. ;É praticamente a última folha do diário. Quando você chega nela, você faz a reflexão de tudo que fez durante o ano. Aproveite!”