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Ronaldo Fraga impressiona com desfile-manifesto sobre árabes e judeus

O estilista fechou o terceiro dia de SPFW defendendo a tolerância cultural e religiosa


São Paulo ; Em uma visita de um mês a Tel Aviv, em Israel, Ronaldo Fraga sentou em um café e avistou uma placa em hebraico. Sem entender, pediu tradução. "Judeu e árabe que sentarem na mesma mesa têm 50% de desconto", dizia o comunicado.

A partir de sua memória, o estilista transformou a passarela de seu desfile, nesta terça-feira (23/10), em um enorme banquete. Modelos, de todas as idades e etnias, personificaram palestinos e judeus, em performance que defendeu a diversidade e a tolerância.


O foco de Fraga é sempre debater, por meio da moda, assuntos que permeiam a realidade. "É uma coleção austera. A conquista e a manutenção da democracia e da convivência pacífica não é uma coisa fácil. Gosto de viver perigosamente se for para pagar o preço da diferença desse povo", disse o estilista.

Apesar de reforçar a cultura judaica e árabe pela estética, Ronaldo Fraga confirma que o Brasil também foi ponto de inspiração. "Esses tempos árabes em que o Brasil está entrando, independentemente de quem vai ganhar, revela uma fratura do país de coisas que a gente já sabia, mas fingia que não via. E a gente ainda não entende o que é a história da tolerância. Vivemos em uma sociedade extremamente intolerante, com as diferenças e com as minorias."

As roupas, portanto, ficaram em segundo plano. Porém, a escolha do tecido foi proposital e se deu ao jeans que, segundo Fraga, é resistente. "É um tecido de qualquer tempo. Ele une passado e futuro como nenhuma outra matéria", explica.

No fim do desfile, os modelos chamaram a plateia para comer o banquete. Uma grande festa que celebrou (ou apenas espera) novos tempos.

Beleza do bem-estar


Marcos Costa, maquiador oficial da Natura, assinou a beleza do casting. Segundo o profissional, a pele foi levemente corrigida para permanecer com seu aspecto natural. A cor veio sutilmente por meio do batom, que preencheu tanto os lábios quanto as bochechas. "O batom é vinil, tem um brilho. Mas para não ficar muito forte, aplicamos em ;batidinhas;", demonstra Costa.

Nos cabelos, tranças de colorações de cabelo diferentes. "Para mim, as tranças representam a tolerância. Da mistura das etnias, da raça humana", completa o maquiador.

* Estagiária sob a supervisão de Roberto Fonseca