A gripe não atinge só homens e mulheres. Cães, cavalos, frangos, gatos, entre outros animais, podem ser infectados pelo vírus de formas distintas. Seres humanos não pegam gripe dos cães, porém, um pet pode passar para o outro. A gripe canina é uma doença respiratória contagiosa em cães.
A gripe em animais é causada por um vírus ; o influenza subtipo H3N8 ; que se aproxima do que causa a gripe em seres humanos, segundo o professor da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Barros de Melo. Doutor em medicina veterinária e agronomia, ele explica que esses vírus são mutáveis e geralmente são transmitidos a outros animais da mesma espécie por contato e principalmente aerossóis ; substâncias gasosas.
O H3N8 é causador da gripe canina, traqueobronquite infecciosa canina (tosse dos canis) ou traqueíte. A tosse dos canis é uma das doenças mais comuns entre os cachorros. Mas existem outros agentes causadores, como os vírus parainfluenza tipo I e o parainfluenza tipo II, e uma bactéria, chamada Bordetella bronchiseptica. Os cães mais atingidos pelo vírus são os filhotes e os idosos.
Os pets apresentam sintomas similares aos dos homens: tosse seca, como se o animal estivesse engasgado, espirros, secreções nasais e expectoração (a expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões). ;Nos casos em que a doença se desenvolve mais rapidamente, no entanto, ela pode ocasionar outras enfermidades mais graves, como a pneumonia, por exemplo, que em animais é mais difícil de ser tratada e pode levar a óbito;, informa a médica veterinária Ana Catarina Valle.
Tutora do Tico, da raça lulu da Pomerânia ou spitz alemão, a gerente administrativa Jossela Albuquerque, 48 anos, conta que ele teve apenas uma gripe, aos sete meses de idade, após uma chuva. O tratamento foi por meio de homeopatia e vitamina C, para fortalecer a imunidade. ;Durante a gripe ele ficou mais paradinho, espirrava e teve um pouco de tosse, mas a recuperação foi rápida;, diz ela. Jossela não tomou nenhum cuidado para ele não gripar. ;Ele é um filhote e precisa gastar toda a energia.;
Não há um tratamento específico para a gripe em animais. As intervenções variam de acordo com o diagnóstico e o médico veterinário. Nebulização, uso de antibióticos, ingestão de líquidos, medicamentos de uso comum, homeopatia, imunoestimulantes para prevenção de infecções respiratórias e vitaminas são algumas das opções para enfrentar essa doença nos pets.
Ana Catarina alerta que a principal maneira de evitar a influenza nos bichinhos de estimação é uma alimentação adequada. Além disso, recomenda o uso das roupinhas para protegê-los do frio, principalmente os mais friorentos, já que não existe vacina específica para eles. ;A alimentação deve ser correta, para que o organismo aproveite da melhor forma os nutrientes, fortalecendo o sistema imunológico. Além disso, não se pode deixar o animal sedentário, deve-se sempre incentivar as corridas e caminhadas, para que ele possa se exercitar e ter uma vida mais saudável;, orienta a veterinária.
A socióloga Joana Silva, de 34 anos, é dona do Billy, um pastor alemão de 4 anos de idade. Ela diz que já perdeu as contas das vezes que Billy ficou gripado e não sabia que proteger o pet do frio era um dos fatores de prevenção. ;Como eu moro em casa, Billy sempre dormiu na área descoberta e sem roupa.; Mas os remédios que Billy tomou, segundo Joana, não eram muito fortes e ele não sofreu efeitos colaterais.
Sensibilidade
Os animais que mais são atingidos pela influenza são:
Os equídeos (cavalos, burros e jumentos)
Os duídeos (porcos, javalis etc.)
Aves (galinhas, frangos, patos, marrecos etc.)
Vírus que atacam
Para cada espécie animal, existe uma combinação de vírus H e N.
Os mais conhecidos pela população são o H5N1, mais comuns em aves, e o H1N1.
O H1N1 causou recentemente a doença que ficou conhecida como gripe suína, depois denominada gripe A.
Existem vacinas para algumas espécies de animais.
* Estagiária sob supervisão de Valéria de Velasco, especial para o Correio.
Fonte: Professor Cristiano Barros de Melo