<div style="text-align: justify">Uma das brincadeiras preferidas dos irmãos Antonio Marcos, Eduardo e Estevão Cazzoli era roubar o caderno de receitas do pai e tentar executar os pratos de forma diferente. ;Nunca dava certo e sempre voltávamos para a receita original;, diverte-se o primogênito, Antonio Marcos, conhecido por todos como Toco. Eles, ao lado de outros dois irmãos, foram criados entre a cozinha e o salão do restaurante italiano Don Romano, que abriu as portas há 29 anos em Brasília.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas a história começou bem antes disso. Filho de italianos, Antonio Cazzoli, o patriarca, sempre amou as panelas. E, ao se casar com a pernambucana Sônia Pimentel, também uma cozinheira de mão cheia, a paixão pela gastronomia se intensificou. A casa dos dois vivia cheia de amigos, sempre prontos a degustar as delícias preparadas pelo casal. A intimação veio justamente dos convidados: eles precisavam abrir um restaurante.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na época, a família Cazzoli morava em Tucuruí, no Pará, onde Sônia e Antonio trabalhavam na construção da hidrelétrica. Foi lá, em 1984, que o primeiro Don Romano abriu as portas, no antigo refeitório de uma construtora. Dois anos depois, quando voltaram para Jaú, interior de São Paulo, o restaurante também mudou de cidade.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas o endereço mais duradouro viria em 1988. Naquele ano, Sônia recebeu um convite para trabalhar como secretária executiva de uma construtora e todos se mudaram para Brasília. O Don Romano ganhou novo lar: a 203 Norte. Toda a família arregaçou as mangas para que o empreendimento virasse um sucesso.</div><div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/10/01/630055/20170929135633196586e.jpg" alt="Pai e filhos enfileirados, de braços cruzados, dentro do restaurante." /><br /></div><div style="text-align: justify">;Se fosse nos dias de hoje, o meu pai estaria preso por trabalho infantil;, brinca Eduardo, que aos 12 anos assou a primeira pizza. Estevão, o caçula, lembra que aos 9 anos vestia o uniforme de garçom e servia as mesas com maestria. ;Eu me sentia o dono do salão. Morria de ciúmes e trocava sopapos com meus irmãos para defender o meu espaço;, brinca.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Dez anos depois, em 1998, a Don Romano abriu a primeira filial, na 212 Sul, e, em 2000, foi a vez de inaugurar a unidade do Lago Sul ; a única ainda aberta até hoje. ;As três casas chegaram a funcionar ao mesmo tempo;, recorda-se Toco, que, durante essas quase três décadas, nunca se afastou dos negócios da família.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os irmãos contam que o cardápio original foi montado por seu Antonio, mas a cozinha era mesmo tocada por dona Sônia. ;O meu pai, porém, sempre levava os louros, e a minha mãe ficava danada da vida;, diverte-se Eduardo. Eles lembram que, aos domingos, era tradição nas casas da Asa Sul e da Asa Norte servir um cabrito à italiana. Vinha gente de fora só para comer a iguaria.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">;Meu pai ficava no caixa e todos que saíam iam lá cumprimentá-lo: ;Delicioso como sempre, seu Cazzoli;, repetiam. Só que quem tinha matado, temperado e preparado o cabrito tinha sido minha mãe. Mas ele aceitava os elogios de bom grado;, riem os três.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Hoje, Toco está à frente da administração da casa do Lago Sul e Eduardo e Estevão se revezam no comando da cozinha. Muitos dos empregados são os mesmos desde a inauguração e o cardápio se mantém 80% original, apenas com algumas mudanças pontuais. ;Somos uma grande família;, garante Estevão, que fez faculdade de gastronomia em Águas de São Pedro, no interior de São Paulo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Autodidata, Eduardo tenta também dar o seu toque nas receitas do pai. ;Precisamos, claro, fazer uns ajustes. Afinal, o cardápio tinha sido montado na década de 1980. Mas, no início, houve muita resistência por parte dos clientes.; Hoje, os chefs também têm a seu favor o fato de poderem contar com acesso mais fácil a uma grande variedade de ingredientes. ;Quem viveu os anos 1980 e 1990 sabe bem do que estou falando, do quanto era difícil ter acesso a produtos de boa qualidade;, diz Toco.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O Fettuccine Alla Cazzoli servido no restaurante, e que os leitores podem conferir na receita acima, é um exemplo disso. Criação de Eduardo, ele leva um ingrediente ainda pouco conhecido: o alho negro. ;Ele dá um sabor muito especial à comida. Aqui, utilizamos na receita desse fettuccine, de uma carne e de uma pizza;, explica.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Os filhos também têm buscado algumas inovações. Recentemente, passaram a promover o aniversário solidário, que funciona assim: a casa cria uma receita especialmente para o aniversariante, de acordo com as preferências gastronômicas dele. Para cada prato pedido pelos convidados, um quilo de alimento é doado a uma instituição que abriga crianças carentes.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Mas, para os conservadores, que não abrem mão dos pratos da época do antigo Don Romano, o velho e bom Filé à Parmeggiana continua lá, assim como o Filé do Papai e as tradicionais pizzas e massas feitas na casa. ;Em alguns domingos, inclusive, ainda oferecemos o cabrito à italiana;, reforça Estevão. Os elogios, agora, podem ir para os filhos do seu Cazzoli.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><h3 style="text-align: justify">Fettuccine Alla Cazzoli</h3><div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2017/10/01/630055/20170929135638162533u.jpg" alt="Prato de fettuccine em mesa de madeira." /> <strong>Ingredientes</strong></div><div style="text-align: justify">150g de camarões</div><div style="text-align: justify">200g de fettuccine</div><div style="text-align: justify">20g de alho negro</div><div style="text-align: justify">50g de farinha de trigo</div><div style="text-align: justify">1 litro de creme de leite fresco</div><div style="text-align: justify">80ml de vinho branco seco</div><div style="text-align: justify">Azeite</div><div style="text-align: justify"><br /></div><strong>Modo de fazer</strong><div style="text-align: justify">1. Descasque e limpe os camarões. Reserve.</div><div style="text-align: justify">2. Leve o creme de leite ao fogo e, em outro recipiente, misture bem a farinha de trigo e o vinho com um fouet.</div><div style="text-align: justify">3. Quando o creme de leite começar a levantar fervura, acrescente a massa batida e mexa fortemente. Baixe o fogo e deixe cozinhar por aproximadamente 20 minutos, sempre mexendo de vez em quando, até o molho reduzir.</div><div style="text-align: justify">4. Esse molho pode ser guardado na geladeira por até cinco dias, sempre em recipiente fechado.</div><div style="text-align: justify">5. Em uma frigideira com azeite, coloque o alho negro e vá amassando com um garfo. Quando estiver desmanchado, coloque 1 e ; concha do molho (ou quanto preferir) e vá mexendo.</div><div style="text-align: justify">6. Acrescente o camarão e o deixe cozinhar por cerca de 3 minutos.</div><div style="text-align: justify">7. Coloque o fettuccine, previamente cozido no ponto de sua preferência, e dê uma rápida mexida. Sirva quente.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><h3 style="text-align: justify">Serviço</h3><div style="text-align: justify">Don Romano Cantina & Pizzaria</div><div style="text-align: justify">SHIS QI 11, Bloco F, Lojas 30 a 46, Lago Sul</div><div style="text-align: justify">Telefone: (61) 3248-0078</div><div style="text-align: justify">Aberto de segunda a domingo, das 11h30 às 23h30, e sexta e sábado, até à 0h</div>