Em uma rápida pesquisa sobre a beleza asiática, é possível encontrar inúmeras resenhas, indicações de produtos e lojas online que vendem a tão sonhada e imediata perfeição. Apesar de pouco acessível ; em razão da pequena quantidade de lojas disponíveis por aqui ;, o comércio asiático chega ao Brasil aos poucos e já ganha adeptos, como a brasiliense Giovanna Calvoso, 22 anos. Entre tantos produtos americanos e europeus, a estudante prefere a certeza dos cuidados proporcionados pelos cosméticos vindos do outro lado do mundo. Para ela, quando a qualidade dos produtos é colocada na balança, a diferença entre eles fica evidente. O custo-benefício, fórmulas leves, resultados mais imediatos e embalagens bonitas estão entre os atrativos.
Para a diretora técnica, pesquisadora e química da empresa Yokata! Mahy Skincare, marca que produz e comercializa produtos asiáticos no Brasil, Heloisa Yonekura, dois pontos fazem a diferença quando o assunto são os cosméticos em questão: a possibilidade de personalização e o homecare, ou seja, os cuidados podem ser feitos em casa. Ela explica que, no Brasil, a pele é classificada como seca ou oleosa, mas, nos cosméticos asiáticos, a composição vai além dessas duas classificações. "Tudo depende do que a pessoa quer priorizar. Os produtos asiáticos analisam poros, manchas, cravos e têm um efeito diferente dos usados comumente." Heloísa garante que, como a pele da brasileira não está acostumada a esse tipo de produto, os resultados podem ser surpreendentes.
Quem viu nesses cosméticos uma solução foi a enfermeira Raquel Pinheiro, 26. Segundo ela, os produtos encontrados aqui não atendiam às necessidades de seu tipo de pele ; desidratada, oleosa, sensível e fina, com pigmentação e tendência à acne. Isso a motivou a buscar novas opções. "Os produtos asiáticos têm texturas, formulações e acabamentos bem diferentes. Consigo resolver todos os problemas da minha pele sem agravar os outros. Hidrato sem causar acne, diminuo a oleosidade sem irritar ou ressecar o rosto, e trato as manchas sem ácidos que sensibilizem a minha pele", conta.
A grande graça da rotina asiática é a lógica. Os produtos à base de água costumam ser aplicados primeiro, seguido dos oleosos. A composição e a ordem dos cosméticos respeitam o PH e a absorção natural da pele. "É o resultado desejado que guia o consumidor na escolha dos produtos. Esse é o grande diferencial da cultura da beleza oridental", ressalta a maquiadora Mariana Ishizaka.
Muitas vezes, por buscarem apele perfeita, os asiáticos acabam desenvolvendo algumas tecnologias pioneiras. Mariana acredita que o preparo da pele deve ser feito com, no mínimo, dois produtos: um hidratante e um primer. Para a pesquisadora e química Heloísa, o essencial, antes dos cuidados diários, é aplicar um produto para a limpeza e outro para equilíbrio natural da hidratação da pele.
Apesar do encanto despertado por esses produtos, a dermatologista Raffaela Bruno Drumond, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), deixa um alerta: "O grande problema da compra de produtos por conta própria é não saber se são adequados para a sua queixa clínica e para o seu tipo de pele, por isso, a avaliação de um dermatologista é sempre importante", recomenda.