Existem vários tipos de pais. Do conservador ao descolado, todos eles possuem um amor incondicional por seus filhos. O engenheiro civil César Pessoa de Melo, 55 anos, se encaixa perfeitamente no jeito paizão de ser. ;Eu nasci para ter uma família. Sempre quis ser pai;, afirma com convicção. Ciumento assumido, ele dispensa a maior parte de seu tempo cuidando das duas filhas: Laila, 20, e Luiza, 14.
Entre brigas e brincadeiras comuns a qualquer família normal, ele afirma ser, por vezes, exagerado. ;Sou casado há 21 anos e quando minha esposa estava grávida da nossa primeira filha, cheguei a fazer uma coleção de fraldas. Estoquei 400 pacotes e minha esposa ficou muito brava;, conta. César tem o típico perfil do pai coruja, que protege e vive tentando preservar suas filhas dos perigos do mundo.
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[SAIBAMAIS]Entre muitas histórias divertidas, ele revela que sofreu quando, ainda muito pequenas, suas filhas começaram a ir para a escola. Ele lembra de ficar nervoso só de pensar que as meninas poderiam chorar durante a aula. ;Ao lado da escola da Laila tinha um terreno baldio. Eu a deixava no colégio e subia numa grade só para ver se ela estava bem;, pontua. Para ele, fora as preocupações naturais do dia a dia, não há nada de ruim em ser pai. ;Minhas meninas são muito ligadas a mim. Quando elas saem, eu fico acordado preocupado com a hora delas voltarem. Ligo toda hora;.
Por ser casado com uma médica que possui uma rotina intensa de trabalho, o engenheiro teve de assumir boa parte do papel maternal. Ele costuma levar as filhas para festas, shoppings e para praticar esportes. De manhã, faz questão de acordar Laila e Luiza com um café da manhã na cama, tudo para agradá-las. Quando está viajando, o engenheiro mantém a prática e acorda as filhas pelo telefone.
Carinho
As meninas reconhecem todo o tempo dispensado e se mostram verdadeiras parceiras do pai. ;Sempre que eu jogava vôlei ele fazia questão de ir aos jogos para torcer por mim. Eu passava vergonha por que ele ficava gritando e até levava cartazes;, descreve a filha mais velha. Laila, que é estudante de arquitetura, garante que o pai é companheiro e dedicado. Para que ela tivesse um trabalho fixo antes mesmo de se formar, César abriu uma pequena empresa de engenharia em que a filha já atua como projetista. ;Ela já é minha sócia;, se orgulha o pai.
De acordo com a filha caçula, o pai coruja não economiza esforços para ajudá-la nos estudos. Entre as atividades imaginadas e desempenhadas por César, Luiza, que hoje cursa a última etapa do Ensino Fundamental, se lembra de quando o pai montava a tabuada nos degraus das escadas de casa. Tudo para que ela aprendesse a fazer as contas de matemática. Quando a matéria envolvia reações químicas, o pai se arriscava a desenvolver experimentos para que a caçula aprendesse o conteúdo com maior facilidade. ;Ele é muito amigo. Até hoje ele vai na minha sala me buscar depois da aula e faz questão de me dar a mão para sair da escola;, conta, sorridente, a filha mais nova.