;Falei que teria que parar de trabalhar no dia em que não conseguisse mais assinar meu nome;, comenta o médico, com serenidade, ao justificar que o Conselho Federal de Medicina não reconhece assinaturas digitais. É que Renato perde aos poucos o movimento dos braços, das pernas e do tronco. Uma paralisação gradativa, que começou a ser sentida em 2009. Ele foi diagnosticado com a chamada doença do neurônio motor, que compromete os movimentos do corpo, inclusive os das mãos.
Elas já estão enfraquecidas pela flacidez. Logo, estarão inertes. ;A piora é crescente. A gente tem uma reserva funcional, que envolve musculatura e movimento. Assim, posso perder muita coisa e manter a capacidade de o músculo realizar algum movimento. Por isso, ainda consigo assinar meu nome, pegar um garfo e levá-lo até a boca, mas isso também acaba;, esclarece o médico.
E a assinatura em papel, será, então, perdida. Ainda que a possibilidade se confirme, Renato já deixou o nome registrado para sempre na medicina brasileira, especialmente na área de geriatria e gerontologia. Nascido em Uberlândia, veio para Brasília nos anos 1980 para trabalhar no hospital referência Sarah Kubitschek. Era a hora de colocar em prática os estudos de locomoção dos idosos, aos quais tinha se dedicado em uma universidade inglesa. Logo, foi convidado a fazer parte da equipe do Ministério da Saúde, onde criou o Programa de Saúde do Idoso. O ano era 1985. O conceito de geriatria ecoava pela primeira vez entre os que mandavam no Brasil. ;Foi a primeira iniciativa do governo federal na área do envelhecimento. O programa criava um planejamento, uma estratégia de atender às demandas do envelhecimento populacional. Eu era a única pessoa que falava do assunto na Esplanada dos Ministérios.;
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