A ginecologista Carmen Regina Figueredo explica que a mulher passa por três fases hormonais: a folicular, que ocorre depois da menstruação, a ovulatória e o período pré-menstrual. A última fase é quando a mulher fica menos disposta, pois o corpo retém muito líquido. Segundo a médica, a mulher não deve abandonar o exercício nessa época. "Ela só precisa ter a consciência de que vai estar mais desanimada."
Na fase menstrual, a mulher pode ficar indisposta por conta de cólicas e desconfortos da menstruação. Já depois do quinto dia, no período folicular, há um aumento de estrógeno, que dá disposição e prepara o corpo feminino para a ovulação. Agora, ela se sente disposta e pode fazer exercícios mais pesados. Depois do 14; dia, o estrógeno começa a diminuir e a progesterona a aumentar. É o período pré-menstrual, em que a mulher começa a sentir os sintomas da TPM. É nesse momento, reforça a médica, que não se deve desanimar. Inclusive, Carmen recomenda que faça um esforço maior para ir à academia, pois, com a liberação de endorfina, o mau humor e a ansiedade, típicos da TPM, podem ir embora mais facilmente.
A servidora pública Ana Paula Sampaio, de 30 anos, diz que atividade física faz parte de sua rotina há mais de 10 anos. Agora, que está grávida de quatro meses, não é diferente. Antes de engravidar, a servidora lembra como funcionava seu corpo. Nos três primeiros dias da menstruação, ela se sentia mal por causa das cólicas e isso prejudicava a atividade. "Mas as duas semanas seguintes eram as melhores, quando eu me sentia mais disposta e, por isso, o treino ficava mais puxado", conta. Já quando a TPM chegava, ela se sentia ansiosa e inchada, o que prejudicava o exercício. "Eu tinha que diminuir a atividade física, pois percebia que me corpo já não respondia tão bem quanto nas semanas anteriores", relata a servidora pública.
Agora, com a gestação, a futura mãe teve que diminuir a intensidade da musculação, mas não abre mão da academia. "Antes, eu corria 10 quilômetros e malhava com a intensidade muito alta, até o meu limite. Agora, ainda faço todos os aparelhos. Só reduzi um pouco a intensidade e cortei a corrida", relata. Para compensar, Ana Paula faz outras atividades aeróbicas, como caminhadas e bicicleta, além da musculação duas vezes na semana e do treinamento funcional, também ocupando dois dias.
A ginecologista Carmen Figueredo conta que durante as 12 primeiras semanas, a grávida deve fazer exercícios mais leves para não colocar em risco a gestação. Depois, a médica recomenda hidroginástica ou ginástica para gestantes.
O personal Alexandre explica que as grávidas normalmente mantêm a atividade física, mas se adaptam à nova condição, respeitando os limites e as orientações médicas. "Se ela já fazia musculação antes, pode continuar fazendo os mesmos exercícios, só deve diminuir a intensidade dos aparelhos e não deixar a frequência cardíaca aumentar muito", explica. Como a respiração do feto depende da mãe, se a frequência respiratória da mulher se elevar, devido à atividade física, isso pode influenciar na oxigenação do bebê. Logo, para grávidas, os médicos recomendam exercícios mais leves, como pilates, hidroginástica e caminhada.
Entenda seu corpo
Não existem restrições durante os ciclos hormonais, mas é importante a mulher conhecer o corpo para adequar a atividade física ao próprio limite.
Período menstrual: fase de indisposição, cólicas, mal-estar. Procure exercícios mais leves, com intensidade baixa, que não exigem muito esforço.
Período pós-menstrual e fase ovulatória: momento de maior disposição da mulher. É possível abusar da atividade física, dos exercícios de alto impacto, e aumentar a intensidade da musculação.
Período pré-menstrual: fase em que a mulher vai se preparar para a menstruação e começa a perder disposição. Pode realizar qualquer atividade, mas o corpo tem uma resposta mais lenta. Logo, diminuir a intensidade é uma boa ideia.