Jornal Correio Braziliense

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Um vírus chamado Copa

Memes, vídeos, apelidos, críticas e muito bom humor nas primeiras semanas do Mundial

No mundo sem-fim ; e sem filtro ; da internet, a Copa do Mundo é ainda mais divertida do que ao vivo. Melhor do que os resultados dos jogos, só mesmo a criatividade dos internautas. Não é preciso procurar muito para achar as piadas a respeito de praticamente qualquer fato que aconteça em território nacional até 13 de julho. A timeline do Facebook, o Instagram, os sites de comédia e até os portais de notícias estão cheios de memes.

Você, caro leitor, está com esta revista em mãos, porém nós da edição ainda não sabemos se o Brasil conseguiu passar pela Colômbia. Então, vamos começar pelo penúltimo jogo. Nem Neymar nem Hulk: na sofrida (e interminável) partida do Brasil contra o Chile, quem salvou os feriados brasileiros foi o goleiro Julio Cesar. As defesas inacreditáveis do jogador podem até ter ajudado a redimir um pouco da imagem dele (ainda marcada pela falha em um lance com Felipe Melo em 2010), mas a internet é implacável. Julio Cesar ganhou até uma citação, tal qual o imperador romano homônimo: "Ainda vai ter Copa". Seu heroísmo (e, sejamos francos, seu rosto) foi comparado ao do personagem Buzz Lightyear, da animação Toy Story.

Depois do jogo contra a equipe de Camarões, as brincadeiras giraram em torno do nome do país adversário, da atriz Bruna Marquezine (namorada do craque Neymar) e do desempenho apagado do atacante Fred. Os memes mais malvados foram sobre o jogador do Fluminense. O gol marcado na partida levantou muitas dúvidas (se estaria impedido), e as brincadeiras faziam referência ao time carioca e ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva, o famoso tapetão, que salvou o Fluminense do rebaixamento. Fred também é comparado a um cone ou a um poste, pela movimentação lenta em campo.

O empate contra o México foi marcado ainda pela chuva de montagens e memes do milagroso goleiro Ochoa. Ele foi comparado com o mago Gandalf, de O Senhor dos Anéis, em sua clássica frase "You shall not pass" (você não passará, em português); foi transformado em um muro; acabou com o bolão de muita gente; ganhou um sombreiro gigante para justificar o gol fechado e até o personagem mexicano Chapolin entrou na brincadeira. "Não contavam com a minha astúcia." E, de fato, não contávamos.

Abertura comentada
Enquanto o embate #VaiTerCopa versus #NãoVaiTerCopa se infiltrava nas timelines, torcedores corriam para casa no último dia 12 para assistir à festa de abertura do Mundial. Como é de praxe, o assunto virou polêmica. Enquanto alguns, como o site especializado Billboard, elogiavam a animação da cantora Cláudia Leitte, críticas com relação ao figurino de mais de R$ 2 milhões usado por ela bombavam na rede. O áudio da apresentação foi outro ponto delicado: as constantes falhas deixaram claro que se tratava de um playback.

Jennifer Lopez, claro, também foi merecedora da atenção dos internautas. Nem a presidente Dilma Rousseff resistiu à onda de selfies e não pestanejou em posar com a cantora. A foto das duas foi postada no Twitter e no Instagram do Palácio do Planalto. Além da apresentação controversa e dublagens à parte, parece que a música oficial da Copa, We are one (Ole Ola), não pegou. Cláudia Leitte, Jennifer Lopez e Pit Bull tiveram que engolir as mais de 127 milhões de visualizações do clipe alternativo do campeonato, feito por Shakira ; contra 107 milhões do vídeo oficial. "La La La alcançou 100 milhões de visualizações! Muito obrigada", agradeceu a colombiana no Twitter.

Depois da festa, era a hora de a ciência brasileira entrar em campo. Mas foi preciso ficar atento: a demonstração do experimento do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que desenvolveu uma veste robótica para um paciente paraplégico dar o primeiro chute da Copa, não durou mais que 8 segundos. Em campo, logo nos 10 primeiros minutos do jogo Brasil x Croácia, o lateral Marcelo virou pivô do pior pesadelo de quem torce, ao marcar um infeliz gol contra.

De acordo com dados do Twitter informados à agência de notícias France-Presse, a primeira partida gerou mais de 12,1 milhões de tuítes em mais de 150 países.

Leia a reportagem completa na edição n; 477 da Revista do Correio.