Jornal Correio Braziliense

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Gastronomia aconchegante

Importado da França, o conceito de bistrô inclui comida gostosa, a um preço justo, em um ambiente intimista

Nunca levei alguém a um restaurante na tentativa de causar uma boa impressão. Na verdade, gosto tanto de comer que sempre procuro me impressionar. E, apesar do risco, adoro levar as pessoas para lugares que nunca fui. Como bem ensinaram meus pais: quando se trata de comer, nunca falamos em gastos, mas em investimentos. Porém, é óbvio que não nego a capacidade que uma escolha certeira tem de deslumbrar: seja um possível relacionamento, seja alguém com quem você fará negócios.

Quando da primeira possibilidade, lugares pequenos, intimistas e com pouca luz sempre estão entre as melhores opções. Essas características são facilmente encontradas em muitos restaurantes que carregam a alcunha de bistrô. O nome é de ascendência francesa, bem como a ideia. Restaurantes pequenos, com pratos simples, porém cuidadosos, os bistrôs têm características que se repetem no país das baguetes. "O que define um bistrô é o conceito: a forma como a casa é disposta, bem como as toalhas das mesas, talheres e, também, os pratos oferecidos. O cardápio precisa ser versátil", explica Diego Rata, chef do Le Vin Bistrô.

De acordo com ele, os bistrôs estão para a França como as cantinas estão para Itália. Dessa forma, é comum que as casas tenham pé direito mais baixo e, na decoração, surjam fotografias da família dos donos. "É um restaurante que, aos domingos, está cheio de famílias, nos almoços, executivos tratando de negócios e, à noite, casais", resume. Um movimento antigo, que ainda se mantém, foi criado na França no início dos anos 1990 e batizado de bistronomia, no qual a alta gastronomia se insere no contexto aconchegante do bistrô.

Além disso, a ideia é fazer com que os preços não sejam altos, algo muito comum em quem frequenta os restaurantes que se dão essa denominação. Por isso, é preciso do chef um apuro na escolha do que será servido, principalmente na seleção dos ingredientes, respeitando a safra para, dessa forma, pagar menos. E, como consequência, cobrar menos. "A meia-luz também é importante. Acredito que os bistrôs devam pensar bem nos casais, com boas opções de pratos individuais", explica Daniel Vieira Gurgel, chef do 4Doze Bistrô.

Ingredientes
Risoto de beterraba
300g de arroz arbóreo
20g de cebola
1 copo de 200ml de vinho branco
200ml de caldo de legumes
50g de beterraba cozida
30g de queijo de cabra (cablanca)
50g de parmesão
50g de manteiga
Sal a gosto

Filé-mignon
400g de filé-mignon (medalhão)
20g de shimeji
20g de cogumelo Paris
20g de shiitake
50g de manteiga
Ervas (provence, alecrim, tomilho) a gosto
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparar
Risoto de beterraba
Em uma frigideira quente, coloque 1/3 da manteiga, acrescente a cebola e o arroz arbóreo.
Quando a cebola ficar transparente, acrescente 1/3 do vinho branco. Quando secar, acrescente 1/3 do caldo de legumes aos poucos, até acabar todo o caldo e o vinho branco, sempre mexendo o arroz para liberar o amido. Acrescente a beterraba cozida batida no liquidificador. Acrescente o parmesão e a manteiga. Por fim, acrescente o queijo de cabra.

Filé-mignon
Grelhe, em uma frigideira antiaderente, os medalhões de filé-mignon temperados com sal e pimenta-do-reino.
Em uma frigideira à parte, coloque a manteiga e as ervas de sua preferência. Quando a manteiga estiver bem quente, acrescente os cogumelos, o sal e a pimenta-do-reino a gosto.
Os cogumelos estarão no ponto quando o cogumelo Paris ficar levemente dourado.

Rendimento: 2 pessoas
Tempo de preparo: 30 minutos

Leia na edição impressa a íntegra da matéria e a receita do Cassoulet, do chef Diego Prata, do Le Vin Bistrô