Que eu saiba, não tenho alergia a nenhum tipo de alimento. Educado desde criança na ideia de que tudo deve ser provado, tive essa sorte de, até hoje, o meu sistema imunológico não fazer cara feia para nada que seja comida. E, gostando tanto de camarão quanto gosto, não consigo deixar de sentir uma dó de quem não pode comê-lo.
A sorte é que há muita gente que não tem reações alérgicas e isso ajuda os chefs que trabalham direto com o crustáceo a desenvolver mais receitas. Rodrigo Viana, do Recanto do Camarão, afirma que a versatilidade do produto é um dos pontos que mais chamam a atenção de quem trabalha com ele. O chef garante que, diante de tantas possibilidades de criar, o maior cuidado que se deve ter é com o tempo de cocção. "Se você não presta atenção nisso, o produto fica emborrachado e duro."
Para ele, todos os frutos do mar carregam sabores característicos, sendo o do camarão o mais peculiar. "Ele facilita a criação do chef. Você faz, por exemplo, uma receita que leve a cabeça e ele terá um gosto muito específico. Com casca, é diferente do descascado ou do eviscerado. E há o fato de ele aceitar molhos adocicados ou picantes, coisas que outros frutos do mar não conseguem."
Segundo o nutricionista Júlio Aquino, o camarão é um dos alimentos mais recomendados para quem busca uma dieta com baixo valor calórico, porque ele tem muita proteína e pouca gordura. "Ele faz com que o processo de saciedade seja satisfatório, sem a ingestão de calorias em excesso." Aquino alerta, porém, que é preciso saber o que misturar com esse alimento, principalmente na hora da escolha do óleo que será usado para fritá-lo ou temperá-lo. "O mais indicado é usar azeite. Há vários azeites temperados que podem dar ainda mais sabor ao prato que leva camarão."
O nutricionista sugere que, para cada 100g do fruto do mar, o ideal é usar uma colher de sopa de óleo. Por isso, nada de achar que uma porção de camarão empanado é saudável. "Esse tem excesso de gordura saturada, o que o desqualifica como alimento que ajuda na saúde." Aos alérgicos, infelizmente, não resta outra alternativa a não ser não comê-los. Aquino explica que alergia acontece por conta da proteína existente no camarão, a tropomiosina. Ao sentir a presença dela no corpo, o sistema imunológico produz o anticorpo imunoglobulina E (IgE) para atacá-la. Daí para a coceira, a vermelhidão, o mal-estar e outros sintomas é um pulo.
Ingredientes
2 camarões grandes com casca e cabeça
4 camarões grandes limpos
200g de camarões médios limpos
20g de ovas Mujol
20ml de azeite
10 folhas de alface americana
2 fatias de pão ralado
1 dente de alho picado
1 colher de manteiga
Sal a gosto
Modo de preparar
Em uma frigideira, refogue o alho e o pão ralado na manteiga até que fiquem dourados. Tempere com sal a gosto. Reserve.
Aqueça o azeite até que fique bem quente e salteie os camarões rapidamente, por cerca de dois minutos para cada lado. Reserve.
Aproveite o azeite no qual foi preparado o camarão e passe as folhas.
Montagem do prato
Acomode os camarões sobre uma cama de alface da forma como preferir. Em seguida, polvilhe o preparo com a farofa de pão e alho. E acrescente as ovas Mujol para decorar.
Rendimento: duas pessoas
Tempo de preparo: 25 minutos
Leia a íntegra da matéria e a receita do Camarão à provençal na edição impressa