Em grande parte dos casos, ter um cachorro e um jardim bonito simultaneamente é um grande desafio. Os animais, principalmente os grandes, cavam uma infinidade de buracos pelo gramado, mordem e destroem plantas, mastigam os móveis, fios elétricos e até luminárias, um risco para a saúde deles e um prejuízo para o dono.
Mas é possível manter um jardim impecável mesmo com um grande companheiro vivendo nele. Pelo menos é o que afirma o adestrador Francisco Vieira. Segundo ele, com os cuidados certos ; claro, respeitando as necessidades dos animais ;, os cães aprendem onde podem fazer suas brincadeiras e deixam as plantas e os móveis em paz. ;Primeiro, a educação deve ser feita com o cachorro ainda jovem, se possível, até o primeiro ano de idade. Além disso, designar espaços é essencial. Faz parte da natureza do animal fazer essa bagunça, é impossível tirar isso dele. O cão deve ter um local só para isso;, diz Francisco.
O analista de sistemas Miguel Santos, 30 anos, sabe o que é ter um quintal bagunçado por causa de seu parceiro, Zeca, um fila brasileiro. Segundo ele, Zeca não tem problemas com móveis ou plantas, mas uma obsessão pelos subterrâneos. ;As artes dele não podem ser chamadas de buraco. São verdadeiras galerias embaixo da terra, com alguns metros de comprimento. Dizemos para minha filha que o Zeca era minerador em outra encarnação;, brinca Miguel.
Quando designar espaços para a bagunça do animal não resolve, Francisco indica uma outra técnica para evitar as famosas e comuns ;escavações; caninas. ;Analise por algum período os locais que ele mais gosta de cavar. Depois, misture restos fecais do animal a um pouco de terra e tape o buraco. Ele reconhece o cheiro e evita a área próxima às fezes;, ensina o adestrador.
O labrador Max não deixa sua dona, a engenheira civil Cleonice Manara, descansar quando o assunto é cuidar do jardim. ;Desde pequeno ele dá prejuízos no jardim. Já tentamos de tudo, enquanto ele foi fazendo de tudo também. Já arrancou luminárias, plantas frutíferas inteiras, comeu móveis. Ele é superagitado e não segue muito as ordens.;
De acordo com a dona de Max, ele passou mais de um ano acompanhado por um adestrador e, mesmo assim, continua bagunceiro. ; Nós sempre tentamos educá-lo, desde filhote, mas não adiantou. O adestrador chegou a dizer que ele sofre de transtorno de deficit de atenção;, brinca Cleonice. E ressalta: ;Ele também adora comer plantas. Principalmente as frutíferas.;
O veterinário Joséliton Mendes alerta que é aí que mora o grande perigo. Segundo ele, essa mania de comer as plantas do quintal é muito perigosa e o animal pode acabar ingerindo um exemplar venenoso. ;Os cães não costumam diferenciar que planta eles estão comendo. Dessa forma, podem acabar se deparando com alguma tóxica, como, por exemplo, lírios ou hortênsias, que são muito comuns em projetos paisagísticos.;
Leia a reportagem completa na edição n; 445 da Revista do Correio.