Segundo a veterinária Giovana Mazzotti, especialista em comportamento animal, a educação do bicho é de suma importância. Para ela, é obrigação do dono educar o pet, assim como uma criança deve ser educada. "A pessoa compra um filhote sem estudar a raça, sem saber do que se trata. Muitas vezes, não adestra, não educa, e o animal fica muito independente e mimado, então se sente à vontade para sair de perto do dono", aponta a veterinária.
Já o adestrador de cães Luiz Cláudio Barbosa afirma que, se o cachorro já tiver a "mania" de sair, a única saída é a educação corretiva por meio de adestramento. "Se o animal já tem esse hábito, ele vai tentar sair em qualquer oportunidade que tiver. Como ninguém consegue prestar atenção 24 horas por dia, no primeiro descuido o animal acaba fugindo." O adestrador diz ainda que a fuga pelo portão é o comportamento mais rejeitado pelos donos. "A prioridade dos donos, que normalmente chega até mim, é essa história de o cachorro sair pelo portão quando o dono abre."
Foi o caso da estudante Louyse Sousa e seu shih-tzu, Lucke. Quando, por descuido, o portão de casa ficou aberto por menos de uma hora, o pequeno Lucke saiu e desapareceu na rua. Quando Louyse percebeu a falta do pet, já não o encontrou mais pelas redondezas de casa. No mesmo dia, a estudante publicou uma foto do shih-tzu em seu perfil no Facebook. Segundo ela, em quatro dias, o post já havia sido compartilhado mais de 400 vezes.
Porém, apesar da campanha via rede social, e de cartazes pregados por praças e pet shops próximos à residência de Louyse, a busca não deu resultado por meses. Chegaram muitas ligações, dando dicas sobre Lucke, mas nenhuma levou a estudante a encontrar o animal. A jovem, inclusive, pensou que poderia não ver Lucke novamente. "Quando foi chegando o quarto mês de sumiço dele, já não acreditava mais que ele voltaria, estava muito triste", diz ela.
Até que recebeu, então, outra ligação sobre o desaparecimento do pet. "Era uma moça, dizendo que estava com o Lucke. Não acreditei muito que era ele, mas tinha que ter certeza." Ao chegar ao local de encontro, mesmo olhando para seu cachorro, Louyse continuou desconfiada. "Ele estava muito diferente, muito peludo e sujo. Comecei a achar que era ele mesmo quando veio correndo para cima de mim, me arranhou e babou toda, como ele sempre fez. Então, o virei de barriga para cima, e reconheci uma marca de nascença. Era ele mesmo."
A veterinária afirma ainda que cada caso de fuga é diferente, tem suas particularidades, medos e ânsias. "O dono deve dedicar algum tempo para conhecer de verdade seu pet, para conhecer suas diferentes reações aos estímulos externos. Isso pode fazer a diferença em diversas situações." Segundo ela, alguns cachorros apresentam reações exageradas a certos fatores, como calor, frio, escuro, barulho etc.
Para não perder seu pet
Eduque
Use placas de identificação de metal
Mantenha portões e cercas fechados
Evite a proximidade com fêmeas no cio
Nunca deixe o animal fora de casa sem coleira
Se o animal fugir
Faça campanhas nas redes sociais.
Peça ajuda dos amigos para compartilhar para o maior número de pessoas que puderem.
Imprima cartazes e cole em praças, pet shops e centros de zoonoses da região de sua casa.
Não desista! Há relatos de animais que apareceram após muito tempo sumidos.
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